A Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) indiciou Thallyson Santiago Campelo , Paulo Narciso da Silva e Ivone Pereira Santos pelos crimes de furto mediante fraude e associação criminosa, após subtraírem R$ 227.374,00 da conta bancária de uma idosa de 91 anos, por meio de transferências bancárias e saques indevidos, para a compra de uma lancha de luxo. O inquérito policial foi concluído em 11 de setembro.

As investigações começaram em 28 de maio de 2024, após a denúncia de transações suspeitas na conta da vítima. O esquema envolveu transferências para contas de terceiros e saques realizados por uma idosa, ainda não identificada, acompanhada de Thallyson. A vítima relatou que, apesar de seu cartão bancário nunca ter saído de sua posse, as operações resultaram em um prejuízo considerável. O valor foi devolvido posteriormente pelo banco após a contestação.

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Thallyson Santiago, Ivone Pereira Santos e Paulo Narciso da Silva

No decorrer das apurações, foi revelado que grande parte dos valores foi utilizada para a compra de uma lancha, em circunstâncias ainda sob investigação. As transações foram realizadas para a aquisição do bem, com depósitos feitos na conta de Thallyson Santiago Campelo. Além disso, uma senhora foi flagrada realizando saques em um terminal de autoatendimento, acompanhada por Thallyson.

A filha da vítima, ao revisar o extrato bancário, percebeu as transferências irregulares, que incluíam R$ 56.500,00 para Ivone Pereira e R$ 43.500,00 para um posto de combustíveis, além de saques em São João dos Patos, no Maranhão. Em outros dias, ocorreram mais transferências para a empresa de Paulo Narciso da Silva e para outras contas. A filha informou o banco, que prontamente investigou e identificou a movimentação suspeita.

O vendedor da lancha, R. M. L., relatou que a negociação foi feita com um intermediário, conhecido como Japãozinho, que comprou o bem por R$ 193.000,00. O pagamento foi realizado por meio de várias transferências bancárias, sendo uma delas estornada pelo banco por suspeita de fraude. Thallyson afirmou que os valores eram provenientes da venda de um carro, o que foi desmentido pela investigação.

Ivone Pereira Santos declarou que ficou surpresa ao ver mais de R$ 50 mil depositados em sua conta sem explicação e contatou o banco para relatar o incidente. Thallyson permaneceu em silêncio, enquanto Paulo Narciso da Silva não compareceu às oitivas.

“Os criminosos utilizaram o acesso indevido a conta da vítima para realizar várias operações bancárias, todas vinculadas a compra da lancha já identificada nos autos. Todos os beneficiários das transferências bancárias, exceto o senhor R. M. L., vendedor da lancha, não souberam ou não tiveram interesse em explicar a razão de terem sido favorecidos pelos valores subtraídos da conta da vítima”, pontuou o relatório da investigação.

Operação Turismo Criminoso

Thallyson Santiago foi um dos alvos da Operação Turismo Criminoso deflagrada pelo Departamento de Combate à Corrupção, no dia 3 de setembro, contra acusados de integrar esquema de fraude contra o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) do Piauí, além da realização de financiamentos bancários fraudulentos. Contudo, Thallyson não foi localizado e está foragido desde então. Durante a ação, o policial Marcelo Soares da Costa, do DRACO, que deu apoio à operação, foi assassinado por um dos alvos, Bruno Manoel Gomes Arcanjo, que acabou preso.