Após revelar alguns crimes que teriam sido praticados pela empresária Letice Maria Sousa Colasso , presa no condomínio Terras Alphaville na manhã desta quarta-feira (20), o GP1 divulga mais um caso no qual ela está sendo acusada de aplicar um golpe em um médico de Teresina. Por esse crime, ela foi denunciada pelo Ministério Público e se tornou ré em março deste ano.
Letice Colasso foi denunciada por um casal – um médico e uma dentista, que procuraram a polícia no dia 21 de março de 2022, alegando terem sido vítimas de um golpe aplicado pela empresária.
O médico narra que colocou à venda na internet um aparelho celular no valor de R$ 4.800,00, e Letice Colasso entrou em contato, no dia 2 de março, manifestando interesse em adquirir o bem. Ela apresentou proposta de pagar R$ 4.700,00 à vista e o médico fechou negócio. Como ele estava de plantão em outra cidade, a esposa dele entregou o aparelho a empresária que, conforme a polícia, enviou um comprovante de pagamento falso.
As vítimas somente perceberam a fraude ao checar a conta bancária e não identificar o crédito da quantia que deveria ter sido transferida.
O médico entrou em contato com a acusada e, após intensas cobranças, ela fez duas transferências, cada uma no valor de R$ 1 mil. Percebendo que estava sendo vítima de golpe, a vítima solicitou o bloqueio do aparelho junto à operadora no dia 18 de março e, no dia seguinte, a empresária entrou em contato, pelo WhasApp, dizendo que não poderiam ter feito aquilo e que agora somente pagaria o valor devido por meio da Justiça. Prints dessa conversa foram obtidos por nossa reportagem.
Indiciamento
Diante das informações prestadas em Boletim de Ocorrência, a Polícia Civil do Piauí instaurou inquérito para investigar o caso e no dia 26 de setembro de 2022 o delegado Thiago Damasceno, á época da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), indiciou Letice Colasso pelo crime de estelionato.
Denúncia do Ministério Público
No dia 17 de fevereiro deste ano, o Ministério Público do Piauí, por meio do promotor José Eduardo Carvalho Araújo, denunciou a empresária pela prática criminosa.
“Apesar da possibilidade de Acordo de Não Persecução Penal – ANPP, constatou-se a existência de outros procedimentos criminais em desfavor de Letice Maria Sousa Colasso, evidenciando sua conduta habitual criminal, motivo pelo qual este órgão ministerial deixa de propor o ANPP”, destacou o promotor.
A denúncia foi recebida no dia 21 de março pelo juiz João Antônio Bittencourt Braga Neto, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Teresina.
Com o recebimento da denúncia, o magistrado determinou a intimação de Letice Colasso. No dia 28 de março ocorreu a primeira tentativa de intimação, contudo, a oficial de justiça responsável não localizou a acusada no endereço indicado, uma casa no bairro Saci.
No dia 2 de julho, a oficial de justiça se dirigiu a um condomínio situado no bairro Recanto das Palmeiras, indicado como sendo o endereço da empresária, entretanto, a pessoa que atendeu disse que não a conhecia e que ela não residia naquele local.
No mês seguinte, no dia 8 de agosto, outra oficial de justiça tentou cumprir o mandado de intimação em mais um endereço, no bairro Planalto, porém, mais uma vez, Letice Colasso não se encontrava. Uma vizinha afirmou que a empresária, de fato, residiu no imóvel, mas havia se mudado há seis meses. Essa foi a última tentativa de intimação.
Outros crimes
Letice Colasso foi presa nas primeiras horas desta quarta-feira (20), acusada de utilizar suas redes sociais para aplicar golpes, entre eles, a tentativa de venda do imóvel no condomínio Terras Alphaville, onde ela reside de aluguel.
A proprietária da casa procurou a Polícia Civil e informou que Letice e seu marido estavam inadimplentes com o pagamento do aluguel desde o mês de junho de 2023 e que acabou sendo surpreendida, por meio de interposta pessoa, sobre um anúncio de venda da casa locada, por meio dos "stories" do perfil do Instagram @leticecolasso. Na postagem a qual o GP1 obteve acesso, a casa está à venda pelo valor de R$ 1.400.000,00 (um milhão e quatrocentos mil reais), bastante abaixo do preço de venda.
Além desse caso, o GP1 obteve acesso, com exclusividade, a documentos que mostram que a empresária aplicou o golpe do PIX no valor de R$ 53 mil em uma empresária, com quem negociou a compra de equipamentos para sua academia. O caso ocorreu no dia 13 de abril de 2022.