O juízo da Vara de Execuções Penais de Teresina regrediu cautelarmente o regime prisional do ex-capitão da Policia Militar Allisson Wattson da Silva Nascimento , do semiaberto para fechado, por solicitação do Ministério Público após o ex-policial ser preso acusado de estupro de vulnerável, em Teresina, no dia 27 de julho. O ex-capitão cumpre pena de 17 anos e seis meses de reclusão pelo assassinato da estudante Camilla Abreu , crime ocorrido em 2017.
A decisão do juiz Marcus Klinger Madeira de Vasconcelos foi proferida no dia 05 de setembro com base na Lei de Execuções Penais pelo cometimento de falta grave.
A regressão de regime, diz a decisão, deve ser precedida de oitiva do apenado, bem como da defesa técnica, com o objetivo de garantir o contraditório e a ampla defesa, porém a regressão cautelar é admitida, tendo em vista a necessidade de recapturar o apenado e evitar nova fuga.
Com a regressão, foi estabelecida uma nova como data-base para progressão de regime, no caso 24 de julho, data do novo delito , devendo a secretaria da Vara de Execuções adotar as medidas necessárias no sentido de alterar o cálculo da pena.
De acordo com a Secretaria de Segurança, o ex-capitão foi preso após a mãe da vitima denunciar os abusos. A Polícia Civil concluiu que a vítima sofreu abusos desde os 6 anos até completar 7 anos.
Caso Camila Abreu
A estudante Camilla Abreu desapareceu no dia 25 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e então capitão da PM, Allisson Wattson. Ele ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas no sábado (28) e afirmou não saber do paradeiro da jovem. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte de Camilla. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. No laudo cadavérico, foi concluído que a jovem foi arrastada antes de morrer. O capitão virou réu na Justiça depois que a juíza Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril, a juíza pronunciou o capitão para ir a julgamento pelo Júri Popular.
Em 2022, ele foi condenado pelo Tribunal Popular do Júri e teve pena estabelecida em 17 anos. A sentença saiu após um julgamento de mais de 16 horas.