Os acusados de envolvimento na morte do cabo Claudemir de Sousa, assassinado no dia 6 de dezembro do ano passado, agora mudaram o discurso e estão negando que tenham feito parte do plano para acabar com a vida do oficial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Piauí. A mudança de posicionamento aconteceu durante uma audiência na manhã desta sexta-feira (30), no Fórum do Tribunal do Juri do Piauí.
De acordo com o advogado de acusação, Tiago Vale, os suspeitos estão agindo de acordo com a técnica criada pela defesa para livrá-los das acusações. “Eles preferem ficar calados ante às perguntas da acusação e respondem apenas as perguntas bem formuladas da defesa, todos negando a autoria e a participação. Mesmo o Wesley que confessou na delegacia, agora nega, diz que apenas passou pelo local”, afirmou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Advogado Tiago Vale
Weslley Marlon Silva é acusado de ser o pistoleiro, que teria efetuado os disparos contra a vítima. Ele usa tornozeleira eletrônica, que denunciou sua localização no momento em que o crime foi cometido, mas nega a participação. “O monitoramento mostra que ele estava presente e que no dia anterior ele foi na porta da casa do Claudemir, já procurando por ele. Mostra que no dia [do crime] ele passou 4 horas na casa do Flávio [Willame da Silva], o outro pistoleiro [envolvido] e saiu para o local no Saci e nega tudo isso mesmo constando nos autos toda a documentação provando que ele estava exatamente naquele local’, explicou o advogado.
- Foto: Lucas Dias/GP1Weslley Marlon Silva presta depoimento ao júri
Em breve conversa com o GP1, o advogado da defesa alegou que não há envolvimento nenhum dos suspeitos com o crime e que vai provar isso na Justiça.
Os outros acusados estão negando quaisquer envolvimento no crime e chegaram a afirmar ainda que não se conheciam. A audiência, que começou por volta das 9h20, teve uma pausa ao meio-dia e retornará à tarde, para a oitiva dos demais acusados. Agora, a acusação vai pedir as alegações finais dos acusados em forma de memoriais, por escrito.
- Foto: Lucas Dias/GP1Audiência sobre a morte do cabo Claudemir
Entenda o caso
O cabo Claudemir foi morto a tiros na noite do dia 6 de dezembro de 2016 quando saía de uma academia na avenida principal do bairro Saci, zona sul de Teresina. Oito pessoas foram indiciadas pela morte do Cabo: Maria Ocionira Barbosa de Sousa (ex-diretora administrativa do Hospital Areolino de Abreu e namorada do policial), Leonardo Ferreira Lima (ex-funcionário da Infraero), Francisco Luan, Thaís Monait Neris de Oliveira, Igor Andrade Sousa, José Roberto Leal da Silva (taxista), Flávio Willame da Silva e Weslley Marlon Silva.
- Foto: Facebook/Claudemir Sousa Claudemir Sousa
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