Na tarde desta sexta-feira (09), o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concluiu a leitura do seu voto e recomendou a cassação da chapa formada por Dilma Rousseff-Michel Temer.
Os demais ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) irão se pronunciar sobre o caso depois do intervalo do almoço. A expectativa é que Temer não seja cassado e que o placar do julgamento termine em 4 a 3.
Benjamin criticou os colegas que se manifestaram a favor da exclusão dos depoimentos dos delatores da Odebrecht e disse que não seria “coveiro de prova viva”. “Como juiz, eu rejeito o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão”, ironizou.
- Foto: Daniel Teixeira/ Estadão ConteúdoMinistro Herman Benjamin
São a favor desse entendimento, além do presidente do TSE, Gilmar Mendes, os ministros Admar Gonzaga, Tarcísio Vieira e Napoleão Nunes Maia. Estão com o relator os ministros Luiz Fux e Rosa Weber.
Para Herman, o “conjunto da obra” justifica a necessidade de votar pela cassação da chapa, pois essa é jurisprudência do TSE. Ao ser questionado por Fux sobre uma possível separação da chapa, isto é, aplicar a punição apenas a Dilma e não a Temer, já que a petista era a cabeça da chapa, Herman afirmou que não. “No Brasil não se elege vice-presidente, se elege a chapa”, disse.
De acordo com a Exame, desde a quinta-feira, quando começou a proferir o seu voto, Herman listou seis pontos para demonstrar que houve abuso de poder político e econômico por parte da chapa em 2014, três deles sem relação com a chamada “fase Odebrecht”.
Para o relator, não há como se investigar financiamento ilícito de campanha no Brasil sem investigar a Odebrecht. “Mesmo que a Odebrecht não tivesse sido citada nominalmente, nós não teríamos como esquecer a matriarca da manada de elefantes”, disse.
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