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‘Racismo é crime e estou aqui para lutar’, diz Monalysa Alcântara

A piauiense foi eleita Miss Brasil 2017 e vai concorrer ao Miss Universo.

Após se tornar alvo de ataques racistas, a estudante de administração de 18 anos, 1,77m de altura e 57 kg, Monalysa Alcântara, Miss Brasil 2017, disse em entrevista a Veja que o racismo é crime e ela veio para lutar e dar voz contra ele.

Nesta edição, foi a primeira vez na história do concurso que uma negra transmitiu a faixa a outra. Monalysa recebeu a faixa das mãos de Raíssa Santana. Antes dela, a única negra a vencer a competição foi Deise Nunes, do Rio Grande do Sul, em 1986. Em um dos posts nas redes sociais, uma internauta disse que Monalysa tinha “cara de empregadinha”.


  • Foto: Facebook/Monalysa AlcântaraMonalysa AlcântaraMonalysa Alcântara

Ao ser questionada se a nova Miss Brasil acredita que a sociedade está mudando, ela disse que a mulher negra é como qualquer outra. “Acredito que estão enxergando a mulher negra como sempre deveriam: é uma mulher como qualquer outra, que tem sua beleza, sua personalidade e sua luta. Por muito tempo, fomos marginalizadas e vistas como feias e solitárias, mas hoje isso está mudando. O racismo é crime e eu estou aqui para lutar e dar voz contra ele”, disse.

  • Foto: Rafael Galvão/GP1Monalysa Alcântara Monalysa Alcântara

Monalysa afirmou que uma das partes mais difíceis da competição foi saber lidar com as críticas. “A parte mais difícil foi, sem dúvida, ficar longe da família e amigos. Ter força e inteligência emocional para lidar com as críticas”.

A Miss Brasil 2017 disse ainda que acredita no seu potencial e que se considera feminista. Eu sempre acreditei no meu potencial, mesmo muitas vezes o mundo dizendo o contrário. Eu vou lutar, vou me preparar e vou representar muito bem meu país, estou disposta e determinada e irei transmitir essa energia”, disse. “A igualdade e respeito de gênero deveriam ser naturais… Mas, se lutar e acreditar nos direitos das mulheres é ser feminista, sim, eu sou”, completou.

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