Raisa Brito
A Polícia Militar realizou buscas na região do restaurante Frango Dourado, zona leste de Teresina, no início da tarde desta segunda-feira (30), à procura da estudante de direito Camilla Pereira de Abreu, de 21 anos. O pai da jovem, Jean Carlos Rodrigues, muito emocionado, fez um apelo para o policial militar Allisson Wattson da Silva Nascimento, apontado como principal suspeito pelo sumiço de Camilla.
A jovem foi vista pela última vez na quarta-feira, em um bar da zona leste, na companhia do namorado Allisson Wattson. Seu celular foi encontrado na quinta-feira, por uma funcionária da casa do secretário Rafael Fonteles, próximo do restaurante Frango Dourado.
O pai de Camila contou que desde o início era contra o relacionamento. “Só sei que era um relacionamento conturbado, eu mesmo já tinha pedido pra ela, já tinha dito que não dava certo porque o pai quando ele olha pra uma pessoa, pro namorado de um filho, uma filha, ele sabe, o pai sente quando algo errado vai acontecer. Na semana passada mesmo eu falei pra ela: 'minha filha, este rapaz não te serve', mas eu acho que ela tinha medo de separar, dele matar ela. Eu estava conversando ainda pouco com meu vizinho, ele disse que ele [policial] era acostumado bater nela na frente da casa da avó, ela morava com minha mãe”, contou.
- Foto: Facebook/Camila Abreu
Camila Abreu
Jean Carlos ainda contou que o namorado de Camilla, esteve em uma loja para trocar o banco do veículo. "Nós estamos desesperados, aflitos. Nós estamos procurando dia e noite nesses matos, agora mesmo eu estou aqui [próximo ao Frango Dourado] porque recebi nesses grupos de Whatsapp a informação de que o corpo dela tava aqui perto onde foi achado o celular. Eu já soube que ele foi visto trocando o banco do carro em uma loja lá na Miguel Rosa na sexta-feira”, contou.
O pai da jovem ainda reafirmou que sabia que a relação não era saudável para filha. Segundo ele, uma colega de Camilla, viu o policial dando beliscões na filha, na quarta-feira. “Falei umas três vezes que não dava certo, a pessoa conhece, coração de pai sente quando uma pessoa não dá certo com sua filha. Eu era muito preocupado com ela, eu sei que agora deu merda. Ela tinha medo, vivia coagida. No dia que ela veio deixar a colega dela, na quarta-feira, na região do Vale do Gavião, na volta, a amiga dela disse que tudo que ela falava, ele dava um beliscão nela”.
- Foto: Lucas Dias/GP1
Jean Carlos, pai da jovem Camilla Abreu
Jean ainda revelou a última conversa que teve com Allisson. “A gente tentando ligar pra ele e ninguém atendia, só no sábado que eu consegui falar come ele, perguntei, ‘Allisson, rapaz, cadê a Camillla, cadê minha filha’. Ele disse: 'não, eu saí com ela na quarta-feira e deixei ela na casa da avó dela’. Aí eu falei: ‘Rapaz, e como tu deixa a pessoa na casa e ela não amanhece o dia lá, a história tá mal contada, tá esquisita”, disse.
O pai de Camilla fez um apelo para o namorado da filha. “Queria que ele dissesse onde minha filha tá, o que ele fez com ela, só ele pode dizer. Ele era pra ser o primeiro a comunicar pra polícia, era o primeiro pra tá em campo atrás da namorada. Mas o homem sumiu. Não aparece", desabafou.
- Foto: Instagram/Allisson Wattson
Allisson Wattson
Investigações
O delegado Francisco Costa, o Barêtta, informou ao GP1 na manhã desta segunda-feira (30), que a Delegacia de Homicídios assumiu as investigações sobre o desaparecimento da estudante. De acordo com informações repassadas pelo Barêtta, coordenador da Delegacia de Homicídios, o caso foi encaminhado para sua delegacia ontem (29), por determinação do delegado geral, Riedel Batista, e do secretário de segurança do estado do Piauí, Fábio Abreu.
Buscas
As polícias Civil e Militar estão empenhadas no intuito de localizar algum indício que leve à Camila Abreu. O comandante do 5° Batalhão da Polícia Militar, major Pessoa, esteve agora à tarde junto com viaturas nas proximidades do restaurante Frango Dourado, onde foram realizadas várias buscas.
- Foto: Lucas Dias/GP1
Major Pessoa
“Estamos em diligência desde sábado em parceria com a Delegacia de Homicídios, com a delegacia da área, juntamente com a família, ombreado com o intuito de desvendar esse mistério ao desaparecimento da Camilla. A localização do corpo caso ela esteja morta, é um trabalho de busca, ainda não foi localizado nada, a gente ainda trabalha com a expectativa dela estar viva. A Polícia Civil está investigando, a Policia Militar está na área, e a gente espera por toda sociedade que tudo seja desvendado da melhor maneira possível para a família, que ela seja encontrada com vida”, disse o major.
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