Os motoristas e cobradores de transporte coletivo cruzaram os braços em uma paralisação desde às 0h desta quinta-feira (21) devido ao atraso no pagamento do adiantamento do salário que era para ter sido creditado nas contas dos trabalhadores nessa quarta-feira (20), conforme acordo coletivo. Em virtude disso, muitos teresinenses estão sem ter como sair de casa para chegar ao trabalho, por exemplo. São 415 ônibus que estão sem rodar em Teresina.
- Foto: Brunno Suênio/GP1Motoristas e Cobradores fazem paralisação em Teresina
Nas primeiras horas da manhã de hoje, a categoria se reuniu com o proprietário da Transcol, na garagem da empresa, que atende a zona sul da Capital, mas não houve avanço nas conversas. A proposta inicial dos patrões era realizar o pagamento assim que iniciasse o expediente bancário, no entanto, os trabalhadores não aceitaram e resolveram continuar com a paralisação que ocorre em todas as zonas de Teresina. Até o momento, não há prazo para o fim do movimento.
Fernando Feijão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários de Teresina (Sintetro), explicou ao GP1, como a categoria decidiu pela paralisação. “Ontem à noite, quando foi anunciado a paralisação, a gente foi chamado no tribunal, onde somente apareceu o sindicato patronal e o laboral. A prefeitura não apareceu. Era exatamente para firmar um acordo, onde os empresários afirmaram que estavam precisando de R$ 1 milhão, de uma dívida que a prefeitura tem, para que eles tivessem condição de fazer os pagamentos. O que se acordou é que os empresários iriam se reunir com a prefeitura para firmarem esse acordo por escrito para o repasse desse valor e que nós iriamos fazer uma assembleia com os trabalhadores para deliberar se iriam parar ou não. O que decidimos é que será feita a paralisação até que fosse feito o pagamento”, explicou.
- Foto: Brunno Suênio/GP1Fernando Feijão
Ele disse que a categoria recebeu um posicionamento de que o pagamento será feito ainda hoje pela manhã. “A garantia que eles deram é que a partir das 10h o dinheiro iria cair. Quando isso acontecer vamos voltar a circular. Esse problema vem se arrastando e não é de agora. A gente sempre segurando e chega um momento que não tem como ficar só na ameaça. Os trabalhadores sem receberem as férias. Todo mundo nessas empresas tem pelo menos duas férias acumuladas. Algumas empresas não depositam FGTS. Tudo isso porque a prefeitura não cumpre com o papel dela. No meio de tudo isso ficam os trabalhadores e a população”, criticou.
- Foto: Brunno Suênio/GP1Paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus em Teresina
Antônio Carlos, secretário do Sintetro, afirmou que a categoria espera o pagamento. “Estamos esperando a proposta dos empresários. Até o momento quase não tem ônibus, pois não concordamos com o que está acontecendo. Já faz dois meses que estão ocorrendo esses atrasos. A prefeitura atrasa os repasses e aí os empresários não repassa o salário”, informou.
- Foto: Brunno Suênio/GP1Antônio Carlos, secretário Sintetro
Passageiros são prejudicados
Clécia Barbosa, que trabalha em uma loja de aluguel de roupas, desde as 6h espera por um ônibus para chegar ao trabalho. “Eu venho do Renascença. Peguei uma carona lá e vim para cá [ Avenida Principal do Dirceu] para conseguir pegar um ônibus para chegar ao trabalho. Até agora não passou nenhum ônibus e já avisei ao chefe”, afirmou.
- Foto: Brunno Suênio/GP1Clécia Barbosa
Ela disse que os usuários do transporte coletivo não deviam ser prejudicados. “Essa é um situação que eles precisam resolver, mas quem paga é a gente, porque o patrão não quer saber o que está acontecendo, quer que a gente chegue ao trabalho. Do jeito que eles [motoristas e cobradores] estão sofrendo, a gente também sofre. Não podemos pagar pelos erros deles”, disse.
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