A crise de saúde na Cadeia Pública de Altos vem se acentuando a cada dia com inúmeros detentos internados e dois óbitos já registrados. Nesta quinta-feira (21) o GP1 recebeu informações de que somente ontem sete homens com suspeita de leptospirose deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Satélite em Teresina, com previsão da chegada de mais sete com o mesmo problema. Relatos atestam que alguns detentos tinham até mordidas de ratos nos pés.
De acordo com o que foi apurado pela reportagem, os detentos que deram entrada na UPA do Satélite estavam com febre alta, cefaleia (dor de cabeça), sangramento nasal, calafrios, olhos vermelhos e vômitos. Alguns tinham até sinais de mordidas de ratos na região dos pés.
Endossando a informação levantada por nossa reportagem, o presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Piauí (Sinpoljuspi), Kleiton Holanda, afirmou nesta manhã que mais de 100 detentos da Cadeia Pública de Altos estão apresentando problemas de saúde devido a uma infecção detectada na unidade no dia 7 de maio.
Segundo o sindicalista, dos detentos que apresentaram sintomas, 24 tiveram o quadro de saúde agravado e estão internados em hospitais de Teresina. Nove deram entrada nas unidades de saúde somente na tarde desta quarta-feira (20) e outros 8 nesta quinta-feira (21)
“A situação na Cadeia de Altos é grave. Além dos presos, estamos preocupados com a saúde dos nossos policias penais, que estão todos os dias fazendo o acompanhamento desses apenados. Atualmente, mais de 100 presos apresentam sintomas dessa doença, que ainda não sabemos a causa, sendo que 15 já estavam internados em três hospitais da Capital e ontem, mais nove precisaram de ajuda médica e também foram internados”, revelou Kleiton Holanda.
- Foto: Helio Alef/GP1Kleiton Holanda
Ainda de acordo com o representante dos policiais penais, a Secretaria de Estado da Justiça do Piauí (Sejus) já adotou algumas providências, como distribuir água mineral para os presos, mas ele julgou a ação ineficaz.
“Os órgãos do Governo estão investigando se esse problema foi motivado pelo consumo de água contaminada e, por isso, estão distribuindo água mineral para os detentos. No entanto, os internos continuam fazendo a higiene pessoal com a água proveniente do reservatório do presídio. Então se esse for o motivo, eles continuam a se contaminar”, finalizou o presidente do Sinpoljuspi.
Outro lado
A Sejus informou ao GP1, através de sua assessoria de comunicação, que oficialmente 21 presos seguem internados em hospitais de Teresina. O órgão também negou o número de 100 infectados. A secretaria ressaltou que equipes médicas estão na unidade prisional acompanhando a situação dos detentos, mas não revelou o que está provocando os problemas de saúde apontados pelo Sinpoljuspi. A assessoria também negou a informação de que detentos foram mordidos por ratos.
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