Em seu relatório mais recente, de sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que há 165 vacinas sendo desenvolvidas. Dessas, 26 estão em avaliação clínica, ou seja, iniciaram testes em seres humanos. São cerca de 90 mil voluntários, por enquanto, que vão receber as doses. Seis das vacinas estão na fase 3, a última. As outras 139 estão em um momento inicial, de identificar o agente causador e realizar testes em animais, como camundongos, por exemplo.
Duas das vacinas em estágio mais avançado contam com a participação de instituições brasileiras. O Instituto Butantã trabalha no desenvolvimento junto à farmacêutica chinesa Sinovac para produção e testes. O Instituto de Infectologia Emílio Ribas iniciou os testes dessa vacina na quinta-feira.
A fábrica Bio-Manguinhos, na Fundação Oswaldo Cruz, se prepara para produzir a vacina contra covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido. O acordo entre a Fiocruz e a AstraZeneca, farmacêutica que adquiriu a vacina inglesa, foi anunciado no fim de junho. O Estadão atualizará esse monitor regularmente até o dia em que uma vacina estiver disponível para as pessoas (estadao.com.br/e/vacina).
As plataformas que estão sendo utilizadas para desenvolvimento da vacina são divididas basicamente em quatro categorias. A busca a partir do vírus inativo é a mais tradicional. O vírus passa por processos de mutação até se tornar incapaz de causar a doença. Há a forma de obter a cura por vírus atenuado também, cuja a diferença é que ele ainda contém agentes infecciosos vivos, mas enfraquecidos, incapazes de contaminar um ser humano.
A segunda forma é o vetor-viral (replicante e não replicante). Parte do vírus é coletada e modificada geneticamente para produzir proteínas do coronavírus. A diferença entre eles é que um pode se replicar dentro das células e o outro não.
Outra forma de obtenção da vacina é por ácido nucleico (DNA ou RNA). Envolve apenas o material genético e não o vírus.
Ainda não possui eficácia comprovada no mercado. O ácido nucleico codifica a proteína do vírus para inativá-lo. Também existe a tentativa por subunidade de proteína. É a que possui mais estudos. Ele atua no processo de entrada do vírus na célula É como se fosse uma membrana que impedirá que o novo coronavírus grude na célula.
Opções em teste:
Desenvolvedor: Universidade de Oxford/ AstraZeneca
Estágio: Fase 3
Plataforma: Vetor-viral não replicante
Testagem: 2 mil voluntários
Como será: Dose única
Início do estudo: Maio de 2020
Prazo de conclusão: Julho de 2021
Última notícia: Mostrou-se segura e produziu resposta imune em ensaios clínicos iniciais em voluntários saudáveis.
Desenvolvedor: Moderna/ NIAID
Estágio: Fase 3
Plataforma: RNA
Testagem: 30 mil voluntários
Como será: Duas doses no intervalo de 28 dias
Início do estudo: Julho de 2020
Prazo de conclusão: Outubro de 2022
Última notícia: Foi considerada segura e provocou resposta imunológica em todos os 45 voluntários em um estágio inicial.
Desenvolvedor: CanSino Biologics Inc.
Estágio: Fase 2
Plataforma: Vetor-viral não replicante
Testagem: 500 voluntários
Como será: Dose única
Início do estudo: Abril de 2020
Prazo de conclusão: Janeiro de 2021
Última notícia: Mostrou-se segura para pacientes e provocou uma resposta imune significativa, de acordo com os resultados publicados pela revista médica The Lancet.
Desenvolvedor: Sinovac
Estágio: Fase 3
Plataforma: Vírus inativado
Testagem: 8.870 voluntários
Como será: Duas doses com intervalo de 14 dias
Início do estudo: Julho de 2020
Prazo de conclusão: Outubro de 2021
Última notícia: Os primeiros testes foram realizados agora em julho em profissionais do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Desenvolvedor: BioNTech/ Pfizer
Estágio: Fase 3
Plataforma: RNA
Testagem: 32 mil voluntários
Como será: Duas doses no intervalo de 28 dias
Início do estudo: Abril de 2020
Prazo de conclusão: Janeiro de 2022
Última notícia: Segundo farmacêuticas, foram verificadas respostas imunes ‘fortes’, em velocidade anterior ao prazo estimado.
Desenvolvedor: Instituto Biológico de Pequim/ Sinopharm
Estágio: Fase 3
Plataforma: Vírus inativado
Testagem: 5 mil voluntários
Como será: Duas doses/ 14 ou 28 dias
Início do estudo: Julho de 2020
Prazo de conclusão: Julho de 2021
Última notícia: Testes demonstraram a segurança e a capacidade de duas doses estimularem respostas imunes.
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