“Um excelente oficial”, foi com estas palavras que o diretor de comunicação da Polícia Militar do Piauí, tenente-coronel John Feitosa, definiu o companheiro de farda e amigo de muitos anos, o major Mayron, que foi covardemente assassinado na noite desta terça-feira (22), durante um assalto. Em entrevista ao GP1, John Feitosa relembra momentos do oficial na Polícia Militar e destaca sua atuação na corporação no combate a criminalidade no Estado.
“A Polícia Militar perdeu um excelente oficial, a segurança pública do Estado perdeu um grande profissional, o Estado do Piauí foi atingido gravemente quando viu um dos seus policiais militares ser ‘tombado’ dessa forma”, destacou John.
- Foto: Lucas Dias/GP1Major Mayron Moura
Mayron Moura Soares, de 45 anos, era major e comandante do 1° Batalhão da Polícia Militar (PM), ingressou na carreira na PM em 1992. Já atuava como protetor da sociedade piauiense há 25 anos. O tão querido major Mayron passou por diversas unidades operacionais da Polícia Militar, trabalhou na Secretaria de Transporte do Piauí, no interior do Estado, atuou no Batalhão de Polícia Rodoviária da PM, recentemente trabalhou na assessoria de comunicação da corporação, onde era adjunto da quinta sessão do estado maior. Posteriormente, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Carlos Augusto, levou o major Mayron a condição de comandante do 1° Batalhão da PM.
“O major Mayron ingressou na Polícia Militar, através do curso de formação de oficiais, ele foi para academia de Polícia Militar de Paudalho, uma das mais reconhecidas academias de formação de oficial do Brasil, que fica em Pernambuco. Uma escola de nível superior militar. Eu, particularmente, tive a oportunidade de ser contemporâneo dele, porque quando ele chegou lá eu era aluno do terceiro ano, já para ser declarado aspirante oficial, e ele era aluno do primeiro ano. Ele sempre demonstrou ser um oficial zeloso, responsável, e cumpridor de suas obrigações”, disse o tenente-coronel John.
Conforme o tenente-coronel John, o comandante do 1° Batalhão, Mayron Moura, fez muitas amizades no meio jornalístico pela forma muito atenciosa, cuidadosa com que recebia todos os jornalistas que precisavam da PM. Mayron sempre foi solícito com todos da imprensa.
“Filho de militar, o pai dele, capitão Soares, prestou mais de 35 anos de serviço a Polícia Militar do Piauí, trabalhou na região de Valença por muito tempo, onde fixou residência, ‘daí’ o motivo do corpo ter sido levado para ser velado e sepultado em Valença, terra natal de Mayron. Deixa na Polícia Miliar o legado de seu irmão, major Iran, que é comandante da CIPtran, que vai continuar, não tenho nenhuma dúvida, com o apoio de todos nós, mantendo o mesmo comportamento, renovando todos os dias a forma séria e correta que o Mayron tinha de trabalhar e de fazer as coisas aconteceram dentro da corporação”, frisou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Tenente Coronel John Feitosa
“Nós temos que buscar forças para cumprir rigorosamente o compromisso que nós fizemos de independentemente de qualquer coisa, mesmo com risco de nossas vidas, prestar serviços de qualidade, proteger pessoas que não conhecemos, muita das vezes deixar os familiares, os filhos sem a segurança, sem a proteção muitas das vezes devida, para ir para as ruas e defender a sociedade. Nós vamos continuar nesse mesmo trabalho de exercer nossa profissão para que nós possamos um dia, quando formos transferidos para a reserva, sentimos o sentimento do dever cumprido, a certeza de que colaboramos bem e que colaboramos em favor de todos”, desabafou o tenente-coronel John.
Um balanço feito pela Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Piauí (AMEPI) revela que nos anos de 2015 e 2016 foram mortos 15 policiais no estado do Piauí, com a morte do cabo Valdir e, por último, do major Mayron, o número sobe para 17. “Nesse caso, a Polícia Militar não olha para os números frios, ela observa o policial que ‘tomba’ e que não deveria tombar em circunstâncias que nós temos acompanhado. Nós não podemos entrar na discursão desses números, nós temos que buscar a proteção também do policial e pela necessidade que nós temos de ter condições de dignidade de trabalhar em defesa da sociedade. É isso que o comandante da Polícia Militar, coronel Carlos Augusto, tem buscado. Nós não podemos tratar essa situação apenas como números, friamente, nós não podemos nessa situação dar uma conotação ou outra que não seja a conotação de respeito ao policial, e inclusive aos profissionais que ‘tombaram’ e que ‘tombam’ todos os dias em defesa da sociedade”, falou John sobre os dados da AMEPI.
Major Mayron está sendo velado na cidade Valença do Piauí. “O comandante geral, Coronel Carlos Augusto, está transferindo o comando da Polícia Militar para a cidade de Valença, onde vai ser feito o velório, permanecerão lá até que o corpo seja sepultado como forma de reconhecer o valor do major Mayron e para também, nesse primeiro momento, dar todo o suporte, apoio que a família, especialmente os pais, a esposa e os filhos de Mayron precisam. Estão se deslocando o nosso comandante, subcomandante, Lindomar Castilho, representação de oficiais, amigos, colegas de profissão, e uma comitiva do 1° Batalhão”, finalizou o tenente-coronel John.
Relembre o caso
O comandante do 1° Batalhão da Polícia Militar, major Mayron Moura Soares, de 45 anos, foi assassinado com um tiro no peito esquerdo na noite desta terça-feira (21) durante um assalto na região do bairro Todos os Santos, próximo de sua casa, na zona sudeste de Teresina. Major Mayron estava à paisana no momento da ação.
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