A juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia contra o capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson da Silva Nascimento, pelo assassinato da namorada, a estudante Camilla Abreu. A decisão é desta terça-feira (12).
O policial foi denunciado pelo Ministério Público do Estado, no dia 5 de dezembro, pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo fútil (intenso ciúme da vítima) e recurso que impossibilitou a defesa da ofendida, ocultação de cadáver e fraude processual.
- Foto: Instagram/Allisson WattsonAllisson Wattson
A denúncia foi baseada no inquérito policial, finalizado no dia 30 de novembro, que concluiu que no dia 26 de outubro deste ano, o capitão, de forma voluntária e com animus necandi (intenção de matar), ceifou a vida de sua namorada, Camilla Pereira de Abreu, no interior do veículo Corolla de placa NIF 8022, cor azul de que tinha posse o acusado.
A juíza destacou em sua decisão que a autoria atribuída ao acusado encontra indícios nos depoimentos colhidos pela autoridade policial, reconhecimento de pessoal através de fotografia, termo de apreensão e apresentação de objetos, laudo de exame pericial em manta de carro, relatórios de investigação policial, mídia em DVD e laudo de exame pericial-balística forense.
A magistrada recebeu em todos os termos a denúncia e determinou a citação do acusado para responder à acusação no prazo de 10 dias.
Relembre o caso
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
- Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla Abreu
Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.
Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem. No dia 31 de outubro, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. Laudo cadavérico da estudante Camilla Abreu concluiu que a jovem foi arrastada antes de morrer.
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