Em uma decisão que desafiou a pressão do presidente Donald Trump, o vice-presidente Mike Pence disse nesta quarta-feira, 6, que não tem o poder de descartar votos eleitorais que farão do democrata Joe Biden o próximo presidente americano em 20 de janeiro.
A declaração foi dada em um comunicado emitido minutos antes da sessão conjunta do Congresso para contar os votos. A sessão, porém, teve de ser interrompida e Pence retirado do local depois que apoiadores de Trump invadiram o Capitólio.
Para sustentar sua decisão, Pence citou o seu juramento de apoiar e defender a Constituição que "o restringe de reivindicar autoridade unilateral para determinar quais votos eleitorais devem ser contados e quais não deveriam".
"Dada a controvérsia em torno da eleição deste ano, alguns abordam a tradição deste ano com grande expectativa, outros com desdém ", escreveu Pence. "Alguns acreditam que, como vice-presidente, eu deveria ser capaz de aceitar ou rejeitar votos eleitorais unilateralmente. Outros acreditam que os votos eleitorais nunca devem ser contestados em uma sessão conjunta do Congresso", continuou, para afirmar que depois de um estudo cuidadoso das leis e da Constituição, nenhuma das visões está correta.
Pence começou a abrir as certidões dos votos de cada Estado para apresentá-los aos parlamentares da Câmara e Senado em ordem alfabética. Houve objeção nos primeiros votos, do Arizona, e a sessão foi interrompida.
Ao final da contagem, Pence deve anuncia quem teve a maioria dos votos para presidente e vice, o que não está claro agora quando isso vai ocorrer. Apesar de sua atribuição amplamente cerimonial, Pence enfrentou pressão do presidente e legiões de apoiadores que queriam que ele usasse o momento para reverter a derrota de Trump.
"Se Mike Pence fizer a coisa certa, ganhamos a eleição", disse Trump a milhares de apoiadores que se reuniram em Washington nesta quarta horas antes do início da cerimônia. Pouco depois, no Twitter, o presidente criticou seu vice: "Mike Pence não teve a coragem de fazer o que deveria ter feito pra proteger nosso país e Constituição".
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