O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmou nesta sexta-feira (2) a reeleição do presidente Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Segundo o CNE, com 96,87% das urnas apuradas, Maduro recebeu 51,95% dos votos (6.408.844), enquanto o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, da Plataforma Unitária Democrática (PUD), obteve 43,18% (5.326.104).

Apesar da confirmação da reeleição, o CNE, controlado pelo governo, não divulgou as atas eleitorais, também conhecidas como boletins de urnas. A ausência desses documentos gerou desconfiança e contestação por parte da oposição. Diversos países, incluindo Brasil e Estados Unidos, pressionam pela publicação das atas para ratificação do resultado, visto que a oposição não reconhece a vitória de Maduro.

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, divulgou na terça-feira (30 de julho) em sua conta no X (antigo Twitter) uma plataforma de apuração alternativa. Segundo ela, nessa contagem, González apareceria com 67% dos votos, enquanto Maduro teria apenas 30%. A oposição argumenta que a falta de transparência do CNE levanta suspeitas sobre a legitimidade do processo eleitoral.

O nível de participação eleitoral foi de 59,97%, informou o CNE. Na Venezuela, o voto não é obrigatório e não há segundo turno nas eleições presidenciais. Além disso, os Estados Unidos e a Argentina já reconheceram a vitória do candidato da oposição, aumentando a pressão internacional sobre o governo venezuelano para esclarecer o resultado das eleições.