A Organização dos Estados Americanos (OEA) pautou, nesta quarta-feira (31), a resolução que solicitava a entrega imediata das atas eleitorais da Venezuela. Entretanto, o Brasil, sob o comando do governo Lula (PT), se absteve na votação, o que contribuiu para a não aprovação da resolução. Ao contrário do posicionamento brasileiro, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Chile e Uruguai votaram a favor da medida.

O embaixador brasileiro, Benoni Belli, reafirmou o posicionamento do Ministério das Relações Exteriores (MRE) sobre o pleito venezuelano. “O Brasil aguarda a publicação do CNE [Conselho Nacional Eleitoral] de dados desagregados, por mesa eleitora”, afirmou o diplomata.

Para ele, essa é um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidades das eleições”. María Corina Machado, principal representante da oposição venezuelana, respondeu ao posicionamento do Brasil. Nas redes sociais, ela agradeceu o embaixador Benoni Belli por reforçar o pedido de publicação das atas eleitorais, e pretende negociar um “entendimento entre as partes” para facilitar uma “transição ordenada” para o resultado do pleito.

Para ela e outros membros da oposição, Edmundo González Urrutia, principal oponente de Maduro nas eleições, é o verdadeiro vencedor. Contudo, o CNE atesta que o ditador venezuelano foi reeleito com 51,2% dos votos, enquanto González obteve 44,2%.

Reação aos protestos

Benoni Belli falou na OEA que o Brasil acompanha “com preocupação os protestos na Venezuela e clama todos os atores político e sociais a serem muito cuidadosos em suas expressões para evitar uma escalada de violência”. Nesse sentido, também pediu que as autoridades venezuelanas garantam o direito de livre manifestação, pacífica, e assim garanta um ambiente de diálogo que contribua com a democracia.

Cenário internacional

Diante do posicionamento do Brasil na resolução da OEA, o país pode sofrer pressão internacional, e que pode acarretar até mesmo no isolamento do país na América. Isso porque democracias da mesma região, EUA, Canadá, Argentina, Uruguai e Chile, questionaram o resultado do pleito na Venezuela.