A polícia venezuelana, sob o comando do regime do presidente Nicolás Maduro , continua cercando a embaixada da Argentina em Caracas nesta quarta-feira (31). A ação começou na segunda-feira, 29 de julho, e ocorre em um contexto de tensões políticas e manifestações no país após as eleições presidenciais venezuelanas de domingo, 28 de julho. Seis integrantes da oposição ao regime chavista estão abrigados na sede diplomática argentina.
A campanha da oposição, liderada por María Corina Machado e pelo candidato presidencial Edmundo González Urrutia, comunicou a situação em seu perfil do X (antigo Twitter). "Novas patrulhas policiais estão na frente da embaixada da Argentina. O edifício segue sem luz. Denunciamos a hostilidade contra nossos seis companheiros ali asilados", informou. Em um vídeo gravado por um dos asilados, foi relatado que os cabos de energia foram cortados na noite de terça-feira, 30 de julho.
Um conselheiro da oposição alertou na segunda-feira sobre uma tentativa de invasão à embaixada. "Oficiais do DAET [polícia nacional venezuelana] pretendem assumir a sede da embaixada argentina em Caracas, onde estão os seis asilados da campanha de María Corina Machado e Edmundo González!", disse Pedro Urruchurtu em seu perfil do X. Ele destacou que esta ação configura uma grave violação do direito internacional.
O corte de energia na embaixada argentina ocorreu após o governo venezuelano ordenar a retirada das autoridades argentinas devido às "ações de ingerência e declarações de seu governo de ignorar os resultados eleitorais". O presidente argentino, Javier Milei, foi um dos primeiros a declarar as eleições venezuelanas como fraudulentas. "A fraude que o ditador Nicolás Maduro cometeu é uma vitória pírrica. Os leões venezuelanos acordaram e, cedo ou tarde, acabarão com o socialismo", afirmou Milei.
Na terça-feira, 30 de julho, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina repudiou "o assédio" à sua embaixada em Caracas e advertiu o governo venezuelano contra qualquer ação que coloque em risco a segurança do pessoal diplomático argentino e dos cidadãos venezuelanos sob proteção. O porta-voz presidencial argentino, Manuel Adorni, afirmou que o país está acompanhando a situação de perto e observando os desdobramentos em Caracas.