O jornal norte-americano The Washington Post, de propriedade do bilionário Jeff Bezos, anunciou nesta semana que reduzirá cerca de 4% de sua força de trabalho, o equivalente a menos de cem funciários em um total de aproximadamente 2,5 mil colaboradores. Segundo o próprio jornal, a decisão busca atender às necessidades do mercado e garantir um futuro mais sustentável para a publicação.
Os cortes não impactarão diretamente a redação, sendo direcionados a áreas comerciais, como vendas de publicidade, marketing e produtos impressos. Em janeiro de 2023, o jornal já havia demitido 20 jornalistas, seguido por um plano de demissões voluntárias em outubro, que resultou na saída de outros 240 colaboradores.
“As mudanças em nossas funções comerciais estão a serviço de nossa meta maior de melhor posicionar o Post para o futuro”, afirmou a empresa, conforme reportado pelo jornal norte-americano The New York Times.
Perdas de assinantes e impacto editorial
Recentemente, o Washington Post enfrentou desafios significativos, incluindo uma perda expressiva de assinantes. Em outubro de 2024, o jornal perdeu 250 mil assinaturas — cerca de 10% do total — após anunciar que não endossaria nenhum candidato à presidência dos Estados Unidos, incluindo Kamala Harris e Donald Trump.
Essa foi a primeira vez desde 1988 que o jornal não publicou um editorial de apoio a um candidato presidencial. A decisão de adotar uma postura neutra teria sido influenciada diretamente por Jeff Bezos. De acordo com colunistas do jornal, um editorial de apoio à candidatura de Kamala Harris chegou a ser preparado, mas foi vetado pelo dono da publicação, que optou por reforçar a imparcialidade editorial.
Em vez disso, o Washington Post publicou um editorial defendendo o compromisso com a imparcialidade e o fornecimento de informações que ajudem os leitores a formarem suas próprias opiniões. Essa postura, no entanto, gerou reações mistas, com parte dos leitores ecríticos ao distanciamento editorial.
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