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Roger Federer se despede do tênis ao lado de Rafael Nadal

Suíço encerra sua carreira nas quadras pela Laver Cup, em Londres, em parceria com o principal rival.

O tenista suíço Roger Federer se despediu das quadras, nessa sexta-feira (23), 20 dias depois que Serena Williams também aposentou as raquetes. Em setembro, o tênis assistiu toda uma geração dizer um até logo do esporte. Na despedida, Federer jogou ao lado de quem foi por diversas vezes seu rival, Rafael Nadal.

Os dois enfrentaram Jack Sock e Frances Tiaofe. Veja as parciais: 1º set: Roger Federer/Rafael Nadal 6 x 4 Jack Sock/Frances Tiafoe, 2º set: Roger Federer/Rafael Nadal 6 x 7 Jack Sock/Frances Tiafoe e Super Tiebreak: Roger Federer/Rafael Nadal 9 x 11 Jack Sock/Frances Tiafoe.


Aos 41 anos, Federer conquistou 20 Grands Slam's, seis ATP FINALS, 28 ATP Master 1000, 24 ATP 500 e 25 ATP 250. Número 1 do mundo durante 237 semanas consecutivas entre 2004 e 2008, retornou à posição outras 27 vezes até 2018. Os recordes foram empilhados.

O fim de uma era

A aguardada partida dessa sexta encerrou oficialmente uma das carreiras mais vitoriosas da história do tênis. Federer decidiu finalizar sua trajetória nas quadras em razão dos seguidos problemas físicos que vem enfrentando desde 2020. Foram três cirurgias no joelho direito em apenas um ano e meio, o que acabou com o ritmo de jogo do atleta e colocou dúvidas sobre o seu futuro.

As últimas temporadas foram recheadas de repetidos questionamentos sobre sua aposentadoria, enfim confirmada na semana passada com uma longa carta aos fãs. Na ocasião, o suíço avisou que se despediria do circuito na Laver Cup. Ele não deu maiores detalhes, o que gerou especulações sobre jogar o torneio inteiro. Mas, no início da semana, confirmou que faria apenas uma partida, de duplas.

E escolheu o grande rival e amigo Rafael Nadal para ser seu parceiro neste ponto final em sua carreira. Os dois já haviam formado dupla antes em 2017, logo na primeira edição da Laver Cup, que tem Federer como um dos seus criadores. Há cinco anos, eles sofreram, mas venceram os americanos Jack Sock e Sam Querrey no match tie-break.

Aos 41 anos, Federer estendeu sua carreira o quanto pôde. Nos últimos anos, escolheu a dedo cada torneio que disputou, dando prioridade aos quatro Grand Slams. Ele passou a treinar e jogar menos partidas, em busca de reduzir as lesões e o desgaste excessivo do corpo. Criou, assim, uma nova forma de encarar a reta final de uma carreira no tênis. Influenciou o próprio Nadal e o sérvio Novak Djokovic, que já adotam a mesma estratégia.

Os dois maiores rivais passaram a derrubar diversos recordes do suíço nos últimos anos. Mesmo assim, Federer ainda detém marcas importantes no circuito, como o recorde de semanas seguidas na liderança do ranking: 237. É também o número 1 mais velho da história, por ter alcançado o topo aos 36 anos, em 2018.

O suíço é o recordista de títulos em Wimbledon (8) e no ATP Finals (6), o torneio que encerra a temporada e que só está abaixo dos Grand Slams. Também é o maior campeão nos Torneios da Basileia (10), de Halle (10) e do Masters 1.000 de Cincinnati (7).

Na Era Aberta do tênis, iniciada em 1968, é dono do recorde de finais vencidas em sequência: são 24, entre 2003 e 2005. É o único a ter disputado dez decisões consecutivas em Grand Slams. De forma geral nos quatro maiores torneios, ele detém o maior número de semifinais (46) e quartas de finais (58) disputadas.

Federer detém ainda a segunda melhor marca da história em número de títulos, com chances reduzidas de perder este posto para Nadal e Djokovic. São 103 conquistas em 24 anos de circuito. O recordista é Jimmy Connors, com 109. O americano também lidera no número de vitórias na carreira, com 1.274, contra 1.251 do suíço.

“GOAT”?

O tenista suíço é daqueles atletas que virou lenda muitos anos antes de se aposentar. Para muitos, ele é o “GOAT” da modalidade. A sigla se refere à “Greatest of All Time” ou “o maior de todos os tempos”. O apelido é controverso, porque Federer foi superado recentemente em estatísticas de peso no circuito.

A principal delas é o número de títulos de torneios de Grand Slam. Para os especialistas, são os troféus que indicam o maior de todos os tempos. Federer sustentou esse recorde por seguidos anos. Parou em 20. Mas foi superado por Nadal, agora com 22, e Djokovic, dono de 21. Alguns argumentam que o status de GOAT deve levar em conta também outros fatores, como a técnica de jogo, as inovações, a postura e os feitos fora de quadra. A discussão, portanto, segue aberta.

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