O Cerro Porteño divulgou nesta terça-feira (11) uma campanha contra o racismo em suas redes sociais. No vídeo, jogadores da equipe sub-20 fazem declarações enfatizando a importância do respeito e da igualdade no futebol. A ação foi uma determinação da Conmebol , que puniu o clube com uma multa de 50 mil dólares (cerca de R$ 290 mil) e exigiu a publicação de um material de conscientização sobre o tema, após o jogador Luighi, do Palmeiras , ser vítima de racismo por parte dos torcedores paraguaios durante partida da Libertadores Sub-20.
A campanha “O futebol nos une. O racismo nos divide”, foi inicialmente postada pelo perfil das categorias de base do time, que conta com mais de 6 mil seguidores, e depois compartilhada pela conta oficial da equipe principal.
“A cor da nossa pele não determina nossa habilidade. A nacionalidade não define nossa paixão pelo futebol. O respeito é a camisa que todos vestimos. Somos mais fortes juntos. Futebol é um jogo de equipe, sem preconceitos, porque o racismo não tem lugar no nosso campo, nem nas arquibancadas.”, dizem os atletas.
Apesar da iniciativa, a publicação gerou reações negativas entre alguns torcedores paraguaios, que responderam com comentários racistas.
“O chora bonito fez efeito”, escreveu um usuário, acompanhado de um emoji de banana e uma bandeira do Brasil.
“O racismo uniu toda a América do Sul contra o Brasil”, escreveu outro.
Após a Conmebol divulgar a punição ao clube paraguaio, o Palmeiras anunciou que recorrerá às instâncias máximas do futebol mundial para levar o caso adiante. A presidente Leila Pereira também se manifestou, afirmou que o clube pedirá formalmente a exclusão do Cerro Porteño da competição.
Entenda o caso
O episódio aconteceu na vitória do Palmeiras sobre o Cerro Porteño, por 3 a 0, pela Libertadores Sub 20, aos 36 minutos da segunda etapa. Após ser substituído, Figueiredo foi alvo de um torcedor que imitou um macaco para o jogador brasileiro. Luighi, que também saiu, foi igualmente chamado de macaco pelos torcedores presentes.
Na saída de campo, o camisa 9 fez um longo desabafo e acabou chorando bastante com o episódio lamentável sofrido no Paraguai.
“O racismo que fizeram comigo... é sério? Até quando a gente vai passar por isso? O que fizeram comigo foi um crime. Você (entrevistador) vai perguntar sobre o jogo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? CBF? Não vai perguntar sobre isso? Não ia, né? O que fizeram foi um crime. Aqui é formação, estamos aprendendo”, disparou o jovem.