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Atores de "Liberdade, Liberdade" querem mais negros em cena

Para eles, a presença de negros na TV é importante para o fim do preconceito.

Nessa sexta-feira (13), é marcado o 128º aniversário da abolição da escravatura, mas os negros ainda são minoria absoluta na televisão, apesar de ser a maioria da população brasileira.
As principais novelas da Globo têm 29 atores negros, mas só três interpretam personagens com curso superior. Os profissionais, que sofrem racismo na TV e na vida real reclamam da falta de representação e disseminação de estereótipos na teledramaturgia nacional.

Todos os seis atores negros do elenco de ‘Liberdade, Liberdade’ da rede globo, já interpretaram em outras ocasiões papéis de escravos ou serviçais na emissora. Nenhum deles deu vida a juízes, fazendeiros, professores ou foram protagonistas de uma novela brasileira.

Imagem: Reprodução/noticiasdatvOs atores David Jr. e Heloisa Jorge durante as gravações de Liberdade, Liberdade  (Imagem:Reprodução/noticiasdatv)Os atores David Jr. e Heloisa Jorge durante as gravações de Liberdade, Liberdade  

Na novela das onze da Globo, que se passam em 1808, há um escravo que mantém relações sexuais frequentes com sua senhora branca, uma negra que foi criada como irmã de uma branca e um negro liberto que serve como coronel de infantaria portuguesa.

Para o ator Bukassa Kabegele, 43 anos que interpreta um militar, a trama se diferencia por exibir cenas que nunca estiveram em primeiro plano em outras produções. Mas mesmo assim, ele chama que o negro precisa de mais espaço no horário nobre. “Dá a impressão de que a situação mudou e mudou sim, mas a população negra é imensa, então a proporcionalidade ainda deixa a desejar", comenta o ator.

Segundo informações do noticias da tv, de acordo com o último senso realizado em 2010, 43,1% da população brasileira considera se considera parda e 7,6% se autodeclara preta. Seriam então, entre pardos e pretos, 97 milhões de negros, a maioria população do Brasil com base no senso.

Heloisa Jorge, atriz que interpreta a escrava Luanda na novela, é angolana e já foi protagonista de uma trama em seu país. Para ela, apesar de o racismo fazer parte da sociedade brasileira em diversos segmentos (político, social, econômico e artístico), a população negra está se posicionando contra isso. “A luta do movimento negro e as leis de reparação vigentes aqui no Brasil vêm traçando um caminho sem volta. Representatividade importa e está longe de ser besteira", afirma.

A Globo afirmou, por meio da sua assessoria de imprensa, que "não segmenta seu elenco por etnia, classe social, sexo nem religião. O elenco é escalado de acordo com a compatibilidade artística do personagem e adequação à história".

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