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Economia e Negócios

Haddad vai anunciar isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil

Proposta é uma contrapartida política para minimizar o impacto negativo do corte de gastos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão nesta quarta-feira (27), às 20h30, para detalhar o pacote de corte de gastos do governo e anunciar mudanças na tabela do Imposto de Renda. Uma das principais medidas é a elevação da faixa de isenção para R$ 5.000, contra os atuais R$ 2.824. A proposta é apresentada como uma contrapartida política para minimizar o impacto negativo das restrições orçamentárias em benefícios sociais, especialmente para quem recebe o salário mínimo.

O pacote será dividido em dois instrumentos legais: o primeiro tratará das medidas para controlar despesas obrigatórias, consideradas urgentes e viáveis; o segundo será voltado à reforma do Imposto de Renda, com iniciativas para ampliar a arrecadação e compensar a correção da tabela de isenção, garantindo neutralidade fiscal. Entre as propostas, está a criação de um imposto mínimo, de 12% a 15%, sobre grandes rendas anuais acima de R$ 1 milhão, focando na tributação de lucros e dividendos atualmente isentos.


A promessa de corrigir a tabela do Imposto de Renda foi um compromisso de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e enfrenta resistência no mercado financeiro, que vê a medida como populista.

A reação se intensificou nesta quarta com rumores sobre o pronunciamento, levando o dólar a disparar, chegando a R$ 5,90. Haddad descartou a possibilidade de taxar dividendos em 2024, mas reafirmou o compromisso com os cortes de gastos para preservar o arcabouço fiscal.

O anúncio ocorre após sucessivos adiamentos e em meio a intensas articulações políticas. Haddad e o presidente Lula se reuniram no Palácio do Planalto com os líderes do Congresso, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para alinhar os detalhes das propostas. Ainda nesta quarta-feira, o ministro terá encontros com líderes partidários na Câmara, enquanto as conversas com o Senado estão agendadas para quinta-feira (28).

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