A dívida pública brasileira continuou em trajetória de queda em julho. Dados divulgados nesta quarta-feira, 31, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral fechou o mês aos R$ 7,217 trilhões, o que representa 77,6% do Produto Interno Bruto (PIB) - o menor porcentual desde o início da pandemia de covid-19. Em março de 2020, a taxa em relação ao PIB era de 77,0%.
O porcentual em junho era de 78,0% e, em maio, de 78,2%. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.
A Dívida Bruta do Governo Geral - que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central (BC) e as empresas estatais - é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) passou de 57,8 % para 57,3% do Produto Interno Bruto (PIB) entre junho e julho. Em maio, era de 58,8%. A DLSP atingiu R$ 5,331 trilhões. A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil.
Contas no azul
O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou superávit primário de R$ 20,440 bilhões em julho, ainda segundo o Banco Central. Foi o melhor resultado para o mês da série histórica, iniciada em dezembro de 2001.
Em junho, havia sido registrado superávit de 14,395 bilhões e, no sétimo mês de 2021, o saldo negativo foi de R$ 10,283 bilhões. O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.
Com a atualização das Estatísticas Fiscais de junho e julho, o BC coloca em dia essa publicação, que estava defasada havia meses devido à greve dos servidores do órgão, finalizada no início do mês passado.
O superávit primário consolidado de julho ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que iam de resultado superavitário de R$ 12,000 bilhões a de R$ 30,400 bilhões. A mediana era positiva em R$ 22,200 bilhões.
O resultado fiscal de julho foi composto por um superávit de R$ 19,961 bilhões do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 1,760 bilhão no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 1,427 bilhão, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 334 milhões. As empresas estatais registraram déficit primário de R$ 1,280 bilhão.
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