Em dia de movimento instável, o dólar bateu em R$ 4,1933, com alta de 1,30%, após três dias de ganhos consecutivos e de já ter acumulado valorização de 9% em agosto até agora. Esse é o maior valor em um dia desde 30 de agosto do ano passado, quando chegou a R$ 4,2158.
O avanço do dólar levou o Banco Central a promover um leilão de moeda no mercado à vista, com lote mínimo de US$ 1 milhão, o que provocou desaceleração instantaneamente. O aumento da pressão compradora sobre o dólar havia ocorrido no mesmo momento de uma deterioração do quadro internacional, conforme a inversão da curva de rendimento dos Treasuries se acentuou, aumentando a aversão ao risco. As Bolsas de Nova York renovaram mínimas e o Índice Bovespa reduziu significativamente a alta.
O BC vendeu os dólares no leilão extraordinário, com taxa de corte de R$ 4,1250, sem informar o total ofertado. O dólar chegou a cair por alguns instantes mas, às 13h47, era negociado novamente em alta, aos R$ 4,1486, em alta de 0,22%. O Ibovespa chegou a tocar o terreno negativo por alguns momentos e, no mesmo horário, avançava 0,02%, aos 96.453,55 pontos. Na renda fixa, os juros futuros, que oscilavam nas máximas do dia antes da oferta de dólares do BC, tiveram redução moderada após a desaceleração do dólar. O vencimento de janeiro de 2025 tinha taxa de 7,22%, ante 7,06% do ajuste de ontem.
A cautela com as incertezas do cenário internacional faz o dólar avançar ante praticamente todas as moedas emergentes, mas o real era a moeda que mais perdia valor. Além das dúvidas quanto à guerra comercial entre Estados Unidos e China e a desaceleração da economia mundial, pesam no ânimo do investidor as questões domésticas, em meio a uma percepção de desgaste político do governo.
No horário acima, as Bolsas de Nova York seguiam em queda, com o índice Dow Jones perdendo 0,46%. O S&P-500 e o Nasdaq recuavam 0,39% e 0,51%. No mercado de Treasuries, a taxa da T-note de dez anos tinha taxa de 1,475% e a de dois anos, de 1,514%.
No Brasil, o radar segue ocupado pelo desgaste do presidente Jair Bolsonaro após a questão da Amazônia, entre outras, e preocupações com a situação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além do foco no andamento da reforma da Previdência. O relatório da proposta foi entregue ao Senado. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a economia fiscal deve ser reduzida em relação ao esperado anteriormente.
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