O blog revela mais detalhes do primeiro depoimento de José Expedito Rodrigues Almeida, ex-assessor parlamentar do senador Ciro Nogueira, à Polícia Federal, no dia 27 de setembro de 2016, mostrando um esquema criminoso em que o senador piauiense é investigado. O inquérito tramita no Supremo Tribunal Federal, sob o número 4720, contra Ciro Nogueira e o ex-deputado federal Dudu da Fonte por organização criminosa.
Na última terça (19) o blog noticiou que o ex-assessor carregava malas com dinheiro na Pajero de Ciro Nogueira (veja detalhes clicando aqui). Nesse novo trecho do depoimento, o ex-assessor explica que arrecadava dinheiro oriundo de propina no Estado de São Paulo e que repassava diretamente ao senador Ciro Nogueira.
- Foto: Lucas Dias/GP1Senador Ciro Nogueira
De acordo com depoimento prestado à PF, o ex-assessor saiu de São Paulo com destino à Teresina para entregar R$ 300 mil a Ciro Nogueira. Dessa quantia, R$ 100 mil foram entregues na mansão do senador e R$ 200 mil foram destinados para pagar contas do posto de combustíveis do irmão de Ciro, Gustavo Nogueira.
O ex-assessor disse ainda ter pago em espécie dois boletos referentes a um apartamento adquirido por Ciro Nogueira, um no valor de R$ 46 mil e outro no valor de R$ 146 mil e que este apartamento é uma cobertura luxuosa comprada pelo senador na cidade de São Paulo.
Confira mais um trecho do primeiro depoimento do ex-assessor José Expedito Rodrigues Almeida à Polícia Federal:
[...] QUE a última parte do dinheiro arrecadado em São Paulo foi destinada a CIRO NOGUEIRA; QUE destinou do dinheiro arrecadado R$ 300 mil reais a CIRO NOGUEIRA; QUE destes R$ 300 mil reais, R$ 100 mil reais o declarante transportou e entregou a CIRO NOGUEIRA na cidade de Teresina no Piauí, em sua residência, em endereço que não sabe declinar, uma vez que foi levado até lá pelo motorista de CIRO NOGUEIRA que o apanhou no aeroporto; QUE os R$ 200 mil reais restantes foram destinados a CIRO NOGUEIRA mediante o pagamento de boletos bancários apresentados pelo irmão do Senador, GUSTAVO; QUE estes boletos diziam respeito a débitos de um posto de combustível de propriedade de GUSTAVO; QUE o declarante se recorda ainda de haver pago em espécie dois boletos referentes a um apartamento adquirido por CIRO NOGUEIRA, um no valor de R$ 46 mil reais e outro no valor de R$ 146 mil reais; QUE este apartamento é uma cobertura comprada por CIRO NOGUEIRA na cidade de São Paulo, em endereço que não se recorda, mas que pode indicar; QUE não pode afirmar com precisão neste momento as datas que dizem respeito a estes eventos, podendo os mesmo serem comprovados através dos respectivos registros de hospedagem, voos, pagamentos, etc; [...]
Em tempo: No dia 13 de novembro de 2018, após o voto da ministra Cármen Lúcia, que acompanhando o relator Ricardo Lewandowski recebeu a denúncia contra Ciro Nogueira, o ministro Gilmar Mendes pediu vista dos autos do processo. Apesar de Gilmar pedir vista, o blog vai continuar revelando o submundo dessa organização criminosa.
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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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