O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, chamou seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), de "chefe de milícia" e criticou o economista do militar reformado, Paulo Guedes, que já foi anunciado como seu futuro ministro da Fazenda, caso eleito. "Quem conhece o Paulo Guedes sabe que é um (Michel) Temer piorado. Conheço o suficiente para saber que as medidas dele trariam grande prejuízo para o Brasil", disse durante entrevista à imprensa em São Luís do Maranhão, onde faz campanha neste domingo. A entrevista foi transmitida ao vivo pelo PT nas redes sociais.
"Não temos compromisso nenhum com as reformas do Temer e lamento que o Bolsonaro só agora tenha falado que o governo Temer não é tão ruim", disse ele, ressaltando que o candidato do PSL já disse que quer manter a equipe econômica do atual presidente, que tem alto nível de impopularidade. Haddad voltou a falar em reformular a reforma trabalhista, ressaltando que é "uma certeza" que isso vai acontecer em seu governo.
- Foto: Nilton Fukuda/Estadão ConteúdoFernando Haddad
O petista foi perguntado por jornalistas sobre a questão de como lidar com a segurança pública, uma das principais bandeiras da campanha de Bolsonaro. Haddad prometeu dobrar o contingente da Polícia Federal. "Muitos policiais federais já reconhecem nossa proposta como o melhor caminho para a segurança publica", disse ele em São Luís.
Ao falar sobre a questão da segurança pública, Haddad criticou Bolsonaro, afirmando que ele "não é um democrata, não sabe conviver com a divergência". "Não é um candidato a presidente, é um chefe de milícia. Depois que você dá o poder para quem anda armado, você não tira mais", afirmou o petista. Haddad disse que os filhos de Bolsonaro "são milicianos, são capangas". "É gente de quinta categoria", completou.
Para Haddad, só não está com medo de Bolsonaro neste momento "quem está anestesiado pelo estado de coisas que o País está vivendo". Ele citou que a imprensa internacional vem alertando sobre os riscos que uma vitória do ex-capitão do Exército trará ao Brasil, mas banqueiros e empresários fazem de conta que nada está acontecendo. "Enquanto a justiça eleitoral me permitir, vou denunciar o que está acontecendo no Brasil. Só o discurso de Bolsonaro já está fazendo o País ficar mais violento."
Na mesma entrevista, Haddad voltou a falar que reduzirá o preço do gás e afirmou que reajustará o Bolsa Família. Segundo ele, em janeiro "em nenhum lugar do País" o gás custará mais que R$ 49, ante preços atuais de R$ 80 a R$ 85. Sobre o bolsa família, Haddad afirmou que o benefício será elevado em 20%. Ele afirmou que a redução do preço do gás não trará maiores prejuízos para a Petrobras, pois o item responde por apenas 4% do faturamento da empresa. "Ninguém está querendo tratar a Petrobras como uma empresa que não precisa prestar contas a seus acionistas."
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