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PF deve dizer em relatório que denunciados "estavam com o Moraes na mira para atirar"

Isso sugere que o plano de atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal teria avançado no fim de 2022.

A Polícia Federal (PF) está prestes a enviar um relatório complementar ao inquérito sobre o suposto golpe de Estado, incluindo novos áudios e documentos obtidos durante as investigações. Entre os novos elementos, destaca-se um áudio atribuído ao policial federal Wladimir Soares, preso em 2023, no qual ele teria afirmado que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, estava “na mira dos atiradores”. Essa afirmação sugere que o plano de atacar o ministro pode ter avançado no final de 2022. A PF também investiga a possível participação de Soares em um esquema de assassinatos planejados contra autoridades após as eleições de 2022, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Soares foi preso no contexto da operação Contragolpe e é acusado de fornecer informações ao grupo responsável pelo planejamento dos atentados. Ele estava encarregado da segurança do hotel onde Lula se hospedou durante a transição de governo. No áudio, Soares teria declarado que o grupo estava "com Moraes na mira para atirar", uma evidência que agrava as acusações contra ele e outros envolvidos. A defesa do policial ainda não teve acesso integral aos áudios apreendidos, e a PF não descarta a possibilidade de novos indiciamentos, o que poderia resultar em mais denunciados no caso.

Foto: Gustavo Moreno/STFMinistro Alexandre de Moraes, do STF
Ministro Alexandre de Moraes, do STF

O relatório complementar, que inclui áudios e documentos apreendidos no final do ano passado, não foi analisado a tempo de ser incluído no relatório anterior. Este último, com 884 páginas, já havia identificado 40 pessoas envolvidas no suposto golpe, das quais 30 foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Outras quatro pessoas, não mencionadas pela Polícia Federal (PF), também foram denunciadas pela PGR. O novo relatório tem como objetivo dar suporte a essas acusações e pode expandir as investigações.

A denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros envolvidos no caso sustenta que Bolsonaro teria sido um dos articuladores do golpe de Estado, planejado para se manter no poder após as eleições de 2022. A PGR apontou que o ex-presidente participou de um esquema que ameaçava a estabilidade democrática do país. Bolsonaro, por sua vez, nega qualquer envolvimento em ações golpistas ou contra o Estado Democrático de Direito. Seus advogados estão preparando a defesa para a análise do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve decidir sobre as denúncias em março.

Os crimes denunciados incluem organização criminosa, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e dano qualificado, entre outros. As penas podem variar entre 6 meses e 12 anos de reclusão, dependendo da gravidade e natureza dos crimes cometidos. A decisão final sobre os indiciados caberá ao STF, e, caso as denúncias sejam acatadas, os envolvidos poderão se tornar réus e enfrentar penas que podem ultrapassar os 40 anos de prisão. O julgamento ocorrerá na 1ª Turma da Corte, composta por ministros como Cármen Lúcia e Luiz Fux.

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