Izabella Furtado
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, declarou estar apto para participar do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) relacionados aos eventos de 8 de janeiro de 2023. A declaração de Zanin foi dada em resposta a um pedido de manifestação do ministro Luís Roberto Barroso, que questionava um possível impedimento dele e do ministro Flávio Dino no processo.
Zanin, que foi advogado de políticos nas eleições de 2022, incluindo o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), explicou que suas funções de advogado foram encerradas em outubro de 2022. Ele ressaltou que, desde então, não teve qualquer atuação em investigações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro de 2023 e seus desdobramentos. O ministro afirmou ainda que já participou de 901 recebimentos de denúncia e 418 julgamentos de mérito ligados aos crimes cometidos naquela data, tanto no Plenário quanto na 1ª Turma do STF.
Em sua manifestação, Cristiano Zanin destacou que o único contato que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro ocorreu no segundo semestre de 2022, quando Bolsonaro procurou o ministro no Aeroporto Internacional de Brasília para uma conversa que classificou como "republicana e civilizada".
Além disso, o ministro do STF reforçou que não enxerga qualquer razão para que sua imparcialidade seja comprometida no julgamento do ex-presidente, afirmando que não há "quaisquer das hipóteses legais que configuram a suspeição" e que não possui "qualquer sentimento negativo" que possa influenciar sua atuação como magistrado no caso.
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