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Bolsonaro diz que não vai atacar Mauro Cid: ‘foi torturado’

Ex-presidente afirmou que não pretende acusá-lo de irregularidades, pois se coloca em seu lugar.

O ex-presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, durante entrevista concedida nesta terça-feira (25) à Léo Dias TV. Bolsonaro afirmou que não pretende acusá-lo de irregularidades, pois se coloca em seu lugar.

A declaração ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Bolsonaro e outras 33 pessoas por uma suposta tentativa de golpe de Estado. Além disso, na última quarta-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da delação premiada de Cid, um dia após a PGR formalizar a denúncia contra o ex-presidente.


Durante a entrevista, Bolsonaro descreveu Mauro Cid como um militar dedicado, que acumulava funções e era constantemente procurado por diversas pessoas. Segundo o ex-presidente, seu ex-ajudante de ordens possuía um "excesso de iniciativa", mas sem intenções criminosas.

“O que acho do problema do Cid é que ele cresceu muito, todo mundo delegava para ele”, afirmou Bolsonaro. “Apelidei o telefone dele de ‘muro das lamentações’. Todo mundo ligava para ele. Um general queria saber onde eu estava e fazer um pedido.”

Bolsonaro também argumentou que, caso Mauro Cid fosse realmente um criminoso, ele teria apagado as provas contidas no telefone. Para o ex-presidente, a denúncia apresentada pela PGR tem como base exclusiva as declarações do ex-ajudante de ordens.

Defesa de Bolsonaro contesta depoimento de Cid

Além de defender Mauro Cid, Bolsonaro questionou a legalidade dos depoimentos que embasaram a denúncia da PGR. Segundo ele, Cid teria sido submetido a tortura psicológica para firmar a delação no inquérito sobre a suposta tentativa de golpe em 2022.

“Ele foi torturado”, alegou Bolsonaro. “Meus advogados pediram os vídeos na íntegra dos depoimentos, sem cortes, sem esses trechos que estão por aí. Em todos esses vídeos, você vê o ‘dono do inquérito’ falando: ‘Você tem um pai, uma mãe, uma filha’, [é] tortura, tortura psicológica.”

A defesa do ex-presidente solicitou à Justiça o acesso integral às gravações dos depoimentos, argumentando que Cid teria sido coagido a incriminá-lo. Os advogados também tentam anular a delação e afastar os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin, ambos do STF, do julgamento do caso. A defesa pede ainda a suspensão da denúncia até que o Supremo Tribunal Federal decida sobre o afastamento dos magistrados.

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