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Soldado de Israel vira alvo da PF e recebe apoio de Bolsonaro

O militar estava em solo brasileiro quando foi denunciado por supostos crimes de guerra.

Um soldado israelense, identificado como Yuval Vagdani, em férias no Brasil tornou-se alvo de uma investigação judicial por supostos crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza, resultando em sua saída do país e em uma onda de críticas de líderes políticos e diplomáticos. A decisão, tomada pela juíza Raquel Soares Charelli no último dia 30 de dezembro, foi recebida com preocupação por Israel e com críticas incisivas do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O militar deixou o Brasil no sábado (4), rumo à Argentina, com o auxílio da embaixada israelense em Brasília. “Prestamos apoio durante todo o evento, garantindo sua saída rápida e segura”, declarou o Ministério das Relações Exteriores de Israel, que manifestou preocupação com a segurança do soldado em território brasileiro.


A investigação foi solicitada por advogados da Fundação Hind Rajab (HRF), uma organização pró-palestina que acusa o soldado Yuval Vagdani de envolvimento em demolições na Faixa de Gaza que teriam causado danos a civis. Israel, por sua vez, afirma que o grupo terrorista Hamas utiliza civis como “escudo humano” em áreas de conflito, destacando que medidas são tomadas para alertar a população antes de operações militares.

Repercussões políticas no Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou a situação, acusando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva de omissão. “Esse ataque a Israel, país irmão, bem demonstra que Lula da Silva sempre esteve ao lado de ditadores e terroristas do mundo todo”, escreveu Bolsonaro em sua rede social. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também se pronunciou, afirmando que a Justiça brasileira está "dando razão ao Hamas" ao abrir uma investigação contra o militar israelense.

Críticas e ameaças de Israel

A decisão judicial foi amplamente criticada em Israel, especialmente pelo congressista Dan Illouz, do partido governista Likud, que classificou o Brasil como “patrocinador de terroristas”. “Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição a seus soldados, e o Brasil pagará um preço se não corrigir seu caminho”, afirmou em suas redes sociais.

Brasil e a política internacional

A investigação ocorre em um momento delicado para o Brasil, que recentemente se envolveu em controvérsias ao propor na ONU imunidade para líderes acusados de crimes de guerra, como o presidente russo Vladimir Putin. O governo Lula foi criticado por tentar garantir a presença de Putin na cúpula do G20, apesar do mandado de prisão internacional emitido contra o líder russo pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

O caso também destaca as tensões sobre a adesão do Brasil ao Estatuto de Roma, que criou o TPI. Embora signatário desde 2002, o país não possui legislação interna para aplicar efetivamente decisões da corte, deixando brechas para interpretações divergentes e polêmicas como a atual.

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