O ministro das Comunicações do Governo Lula, Juscelino Filho, se manifestou nas redes sociais na tarde dessa quarta-feira (12), após ser indiciado pela Polícia Federal, por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Por meio de um vídeo, ele afirmou que provará sua inocência perante a Justiça.
Juscelino Filho disse que o inquérito da PF, que resultou no seu indiciamento, “se desviou do seu propósito” e distorceu e ignorou fatos. Ele ressaltou que a investigação nada tem a ver com sua atuação no Ministério das Comunicações.
“É importante lembrar que indiciamento não implica em culpa, a Justiça é a única instância competente para julgar, e confio plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário. Minha inocência será comprovada ao final do devido processo legal, e espero que o amplo direito a defesa e a presunção da inocência sejam respeitados”, declarou o ministro do Governo Lula (PT).
Comparação com a Lava Jato
A investigação, que resultou no indiciamento de hoje, deveria buscar a verdade, mas parece que se desviou do seu propósito. Uma ação previsível, que parte de uma apuração que distorceu e ignorou fatos e nem ouviu a defesa sobre o que de fato estava sendo investigado. pic.twitter.com/l6CYvUejbJ
— Juscelino Filho (@DepJuscelino) June 12, 2024
O ministro questionou a forma como seu depoimento foi conduzido e comparou seu indiciamento com ações da Operação Lava Jato, que, segundo ele, “causou danos irreparáveis a pessoas inocentes”.
“Infelizmente, durante o meu depoimento não fui questionado sobre o objeto da investigação, sem espaço para um maior aprofundamento, e isso levanta dúvidas sobre a isenção e repete o modus operandi que já vimos acontecer na Operação Lava Jato, que causou danos irreparáveis a pessoas inocentes”, completou o ministro das Comunicações.
Indiciamento
Juscelino Filho foi indiciado no âmbito de um inquérito que apurou desvio de emendas parlamentares para pavimentar ruas da cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, que tem como prefeita Luanna Rezende, irmã do ministro.
Segundo as investigações, as obras em Vitorino Freire foram pagas com emendas parlamentares de Juscelino Filho, quando ele ainda exercia o cargo de deputado federal. Os recursos foram destinados por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que 80% de uma estrada custeada com a emenda beneficiou propriedades de Juscelino e de seus familiares na região.
A PF também apontou uma ligação entre o ministro e o empresário Eduardo José Barros Costa, proprietário da construtora que executou as obras em Vitorino Freire.
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