A Comissão de Ética Pública da Presidência da República arquivou a investigação contra o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por permitir que o sogro, o empresário Fernando Fialho, despachasse no seu gabinete nos primeiros meses do Governo Lula (PT), como se possuísse cargo na pasta. A informação foi divulgada pelo Estadão nesta quarta-feira (17).
Juscelino Filho argumentou ao colegiado que o sogro é “detentor de reconhecida experiência profissional na administração pública” e colaborou “com um retrato sobre a situação da pasta”.
Ao votar pelo arquivamento do procedimento administrativo, o conselheiro e relator Bruno Espiñeira Lemos afirmou que o primeiro ano do governo Lula foi “marcado pela criação de nova estrutura administrativa na Esplanada e que diversos órgãos foram completamente recriados”. Por essa razão, segundo ele, “há de se entender as dificuldades que todas as pastas enfrentaram no período, inclusive o Ministério das Comunicações”.
“É compreensível que o interessado José Juscelino dos Santos Rezende Filho, ao assumir tão importante pasta, tenha procurado cercar-se, no âmbito do MCom, de pessoas que conhecessem a estrutura e os meandros da Administração Pública”, defendeu o conselheiro, cujo voto foi seguido por unanimidade.
Com base em registros da portaria do Ministério das Comunicações, obtidos via Lei de Acesso à Informação, o Estadão revelou que o sogro de Juscelino havia atendido empresários na sede da pasta, em Brasília. Fernando Fialho recebeu os convidados no gabinete mesmo quando o ministro cumpria agenda em outros estados.
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