O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) protocolou, nessa segunda-feira (05), na Procuradoria-Geral da República (PGR), uma notícia-crime contra o presidente Lula pelo crime de discriminação racial.
Conforme o parlamentar, Lula praticou crime de discriminação racial ao se referir “indevidamente a uma jovem negra”, durante um evento na fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na sexta-feira (02). Na ocasião, o presidente afirmou que “afrodescendente gosta do batuque de um tambor”.
Para Bilynskyj, o petista errou “ao associar automaticamente uma mulher negra com tranças a atividades específicas, como ser cantora ou estar envolvida com batuques”.
“Lula parece ceder a generalizações prejudiciais. Isso vai de encontro não apenas aos valores fundamentais de igualdade e respeito pela diversidade, mas também aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, como a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, aprovada com status de emenda constitucional”, disse o deputado no pedido.
O deputado ainda defendeu a ideia de que lideranças políticas repudiem as falas do presidente da República. “Essa abordagem pode ser interpretada como contraproducente e não condizente com os princípios estabelecidos nas convenções internacionais ratificadas pelo Brasil”, afirmou.
Confira a declaração completa de Lula:
“Essa menina bonita que está aqui. Eu estava perguntando: o que faz essa moça sentada, que eu não ouvi ninguém falar o nome dela? Eu falei: ‘Ela é cantora, vai’. Não, não vai cantar. Perguntei. ‘Não, não vai ter música’. Então ela vai batucar alguma coisa. Porque uma afrodescendente assim gosta de um batuque de um tambor. Também não é. Eu falei: ‘Nossa, então ela é namorada de alguém’. Também não é. O que é essa moça? Essa moça foi premiada o ano que vem como a mais importante aprendiz dessa empresa e ganhou um prêmio na Alemanha. É isso o que nós queremos fazer para as pessoas nesse país”, disse Lula.
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