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Racha no PT pode fazer Lula encarar derrota em 2026

O plano de corte de gastos dividiu o partido em dois grupos, representados por Haddad e Hoffmann.

O plano de corte de gastos no governo Lula (PT) causou uma racha no Partido dos Trabalhadores. Um lado do PT, representado pelo ministro Fernando Haddad, tenta implementar medidas para cumprir a meta fiscal e zerar o déficit nas contas públicas, na tentativa de viabilizar a reeleição do presidente petista em 2026. Já o outro grupo, representado pela presidente da sigla, Gelisi Hoffmann, aposta nos gastos e desenvolvimentismo no Brasil. Entretanto, a falta de acordo pode refletir no país a experiência vivida pela vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, que perdeu a disputa pela Casa Branca.

Um dos fatores considerados determinantes para a derrota da democrata é a perda do poder de compra do eleitor americano. Caso o Brasil siga o mesmo caminho, Lula pode encarar um resultado semelhante nas eleições de 2026. A relação entre ele e Joe Biden, atual presidente doas EUA, é que na gestão de ambos foi levantado o aumento do gasto público como um fomento à economia.


Biden, alcançou o resultado esperado, com inflação relativamente controlada, desemprego em baixa e juros básicos em queda no pós-pandemia de Covid-19. Mas isso não foi suficiente para impedir que os efeitos inflacionários pesassem no bolso da população, que respondeu na eleição. Ou seja, embora a macroeconomia tenha apresentado bons resultados, a inflação acabou reduzindo o poder de compra do norte-americano.

No cenário brasileiro, é registrado o desemprego em baixa, inflação controlada, e atividade econômica aquecida. Entretanto, a falta de acordo para cortar gastos no orçamento da União pode contribuir para que a taxa básica de juros, a Selic, continue a crescer. Um exemplo disso é que nessa quarta-feira (06), o Banco Central elevou o indicador em 0,50 pontos, fazendo com que os juros chegassem à marca de 11,25% ao ano.

Dessa forma, fica mais caro para o cidadão e governo contraírem crédito no mercado. Segundo a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffman, o corte no orçamento é uma “chantagem” do mercado financeiro, e que o descontrole na economia é causado pelos “juros estratosféricos que fazem crescer a dívida pública”.

Por sua vez, Fernando Haddad argumenta que o corte de gastos é necessário para que a meta do arcabouço fiscal seja atingida. Diante disso, a equipe econômica acena para um corte de R$ 50 bilhões nas despesas obrigatória do governo para zerar o déficit das contas públicas em 2025. “Os ministros estão conscientes das tarefas que temos pela frente do arcabouço fiscal, da previsibilidade, da sustentabilidade, das finanças no médio e longo prazo”, declarou Haddad.

Após reunião realizada nessa sexta-feira (08) com o presidente, o ministro da Fazenda encara o adiamento do anúncio dos cortes de gastos, visto que mais uma vez não houve acordo.

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