A juíza Ludmila Lins Grilo, que foi impedida de exercer o cargo e é alvo de processos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), informou nesta quarta-feira (3) que está em asilo político nos Estados Unidos desde 2022.
Ludmila, que foi aposentada compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) em maio de 2023. Em publicação no seu blog pessoal, ela afirmou que decidiu manter a saída do Brasil em segredo e disse que se sente segura “na terra da liberdade”.
“Passei todo esse tempo reorganizando minha vida, e chegou a hora de revelar o que aconteceu. Sou, oficialmente, uma juíza brasileira em asilo político nos Estados Unidos”, declarou a magistrada.
Ludmila revelou que se instalou nos Estados Unidos quando ainda atuava como juíza titular da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Unaí-MG. “Sofri calada todo tipo de difamação quanto à minha conduta profissional, pois ainda não podia revelar que eu não morava mais no Brasil”, explicou.
Investigação
Em 2022, a juíza aposentada passou a ser investigada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, por fazer declarações políticas e por criticar o inquérito das fake news, que tramita na Corte Suprema. Em junho daquele ano, o TJ-MG abriu um processo disciplinar contra a magistrada após ela usar as redes sociais para questionar juízes que, em casos de possíveis crimes de estupro, acreditam em denúncias sem provas.
Em fevereiro de 2023, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instaurou dois processos disciplinares contra Ludmila e determinou seu afastamento. No mês seguinte, o TJ-MG decretou a aposentadoria compulsória da juíza.
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