Um homem acusado de estuprar a própria filha foi perdoado pela mãe da menina. Segundo a mulher, ela é testemunha de Jeová e acredita que o ato de perdoar abre o caminho para a salvação.
A informação foi confirmada pela tia da criança, em depoimento à polícia, e consta em acórdão do Tribunal de Justiça São Paulo (TJ-SP), que condenou o réu em 2019, a 24 anos de prisão.
Segundo a tia, após saber dos abusos sexuais sofridos pela garota, dos 6 aos 12 anos, resolveu contar para a mãe da menina, a qual afirmou que já sabia dos fatos.
“[A tia] contatou sua irmã, genitora da vítima, que respondeu que já sabia dos fatos e chegou a indagar ao réu, oportunidade em que ele teria admitido os atos libidinosos. Mas a mãe resolveu perdoar o acusado, por ser testemunha de Jeová”, narra o acórdão judicial.
Ainda de acordo com a tia, a irmã tem um “amor doentio pelo réu, com elevada dependência emocional”, e que poderia estar fechando os olhos aos fatos para não ter que se separar do marido. Foi a tia que teria ajudado a menina a procurar uma delegacia e denunciar o pai.
Conforme a garota, o homem a acariciava de forma estranha, manipulava os órgãos genitais e a lambia, até mesmo de madrugada. Geralmente os abusos ocorriam quando os dois ficavam sozinhos na casa.
A menina relatou ainda que após os crimes passou a ter depressão e crise do pânico, além de ter dificuldade em se relacionar com homens e frequentar locais públicos.
Em seu depoimento, a mãe da vítima afirmou que nunca soube de nada. A mulher alegou também que o homem sempre tratou bem os filhos, sendo carinhoso com todos ao seu redor, e nunca apresentou comportamentos suspeitos.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) não informou se a mãe da criança é investiga por omissão, uma vez que o caso está em sigilo.
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