A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou na tarde desta sexta, 7, que está ‘à disposição’ para ser reconduzida ao cargo que ocupa, para um novo mandato de dois anos. No entanto, disse que não tem se articulado internamente para isso.
“Estou à disposição da minha instituição e do País para uma eventual recondução ao cargo, mas não sei se isso vai acontecer”, disse, antes de participar de evento do Ministério Público em São Paulo. Em seguida, após ter sido questionado pela imprensa sobre se tem trabalhado para ser reconduzida, afirmou que tem se mantido “sem fazer nenhuma movimentação nessa linha”.
Raquel conclui o seu mandato de dois anos em setembro deste ano, quando o presidente da República deverá indicar o próximo ocupante do cargo. Tradicionalmente, o presidente indica um dos três mais votados em eleição organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
- Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoRaquel Dodge
Em abril de 2018, a procuradora-geral denunciou o então deputado federal pelos crime de racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs. A acusação se referiu à uma palestra de Bolsonaro no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em abril de 2017, ocasião em que ele disse que ‘quilombolas não servem nem para procriar’.
Em votação da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, a peça não foi recebida.
À época da denúncia, Bolsonaro rebateu a acusação e disse que tinha “imunidade total” para se expressar. “Ela (Dodge) acha muito e não encontra nada”, disse em uma entrevista.
Posteriormente, em novembro, após as eleições de 2018, Bolsonaro disse à Raquel Dodge que lhe deu muito trabalho no passado, mas que o momento é de trabalharem juntos para resolver os problemas que o País enfrenta.
Em fevereiro de 2019, a procuradora-geral voltou a se manifestar, nos autos, desta vez, sobre a família do presidente, quando devolveu à Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (PRE-RJ) o inquérito que investiga o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) por falsificação de documento público para fins eleitorais e lavagem de dinheiro.
A investigação tem origem em um denúncia protocolada no Ministério Público do Rio de Janeiro que aborda operações de compra e venda de imóveis realizadas pelo primogênito do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
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