Um menino de cinco anos morreu na segunda-feira (1º), depois de ser atingido na cabeça por uma bala perdida, durante a queima de fogos na noite de réveillon, na zona sul de São Paulo.
De acordo com informações do G1, Arthur Silva foi socorrido, mas morreu horas depois, em um hospital público. A criança brincava no quintal da casa da família, quando caiu desacordado. Assustada, a família procurou atendimento imediato. Foi aí que revelou-se que ele estava em estado gravíssimo e que precisaria ser internado em uma UTI infantil.
- Foto: Arquivo PessoalArthur Silva
O garoto morreu no final da tarde desta segunda-feira (1°). A secretaria estadual de Saúde, responsável pelo Hospital Pirajussara, onde ele estava internado, confirmou o ferimento por arma de fogo. O corpo do menino foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) por volta das 16h desta terça (2).
Segundo o delegado Sucupira Neto, titular do 89° Distrito Policial, e responsável pelo caso, a criança foi atingida por tiro de revólver calibre 38. O disparo atingiu a parte superior da cabeça de Arthur.
Na madrugada desta quarta-feira (3), o suspeito de ter atirado para cima e matado o menino Arthur Silva foi liberado da carceragem do 89º Distrito Policial. Ele havia sido preso na noite de terça-feira (2). A Justiça negou o pedido de prisão temporária por entender que não havia elementos suficientes para mantê-lo preso.
Segundo o delegado Antônio Sucupira Neto, o suspeito alega a todo momento que efetuou o disparo, mas que foi próximo à residência dele, no Jardim das Embuías, e distante de onde o menino foi baleado, na Vila Andrade. "Para nós, ele continua como suspeito até que seja feito o confronto balísitico. Se confirmar que não foi do revólver dele, ele está descartado como suspeito", disse.
A Polícia considera duas possibilidades para o crime: bala perdida e disparo de dentro ou perto da casa.
Desabafo
No Facebook, um tio do menino desabafou que viveu horas de dor e de raiva. Além disso, expressou o seu descontentamento e sua revolta contra o sistema público de saúde.
“Horas de dor e muita dor, horas de raiva, um dos sentimentos mais cruéis que se possa ter, tanto com quem efetuou o disparo e com este nosso sistema falido. Desde uma ligação para o SAMU, que a resposta é tão lenta que o desespero toma conta, quanto de hospitais que não se preocupam mais com a vida e sim com o mundo capitalista!”, escreveu.
A demora do atendimento, ainda de acordo com a família, se deu porque a unidade de saúde procurada não possuía equipe disponível e nem ambulância para atendê-lo durante a madrugada do Ano Novo.
"Ontem, às 0h, meu sobrinho Arthur se tornou vítima de uma bala perdida. Viramos passageiros da agonia! Roubaram de nós nosso menino que veio ao óbito depois de esbarrar nos percalços da impunidade e deste mundo capitalista!", completou o tio do garoto.
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