- Foto: DivulgaçãoDaniel Gouvêa Teixeira
O auditor do Ministério da Agricultura que denunciou à Polícia Federal o esquema de fraudes que desencadeou a Operação Carne Fraca, Daniel Gouvêa Teixeira, afirmou neste domingo (19), ao programa “Fantástico”, da TV Globo, que encontrou uma série de irregularidades no frigorífico Peccin, de Curitiba, incluindo o uso de carnes estragadas na fabricação de embutidos, como mortadela e salsicha.
Segundo o auditor, a empresa aproveitava nos produtos a chamada carne mecanicamente separada, que é a sobra da carcaça de frango, em quantidades acima do permitido. “Eles só usavam esse produto (a carne mecanicamente separada). Em torno de 94% da composição do produto (dos embutidos). A regra, no máximo, é de 60% ou 40%”, disse ele, confirmando o aproveitamento pelo Peccin “de carnes estragadas, carnes fora de validade, fora de refrigeração, em putrefação mesmo”.
De acordo com informações de O Globo, Daniel denunciou a empresa à Superintendência do Ministério da Agricultura do Paraná, mas acabou afastado da fiscalização do frigorífico, que segundo ele, também usava ácido sórbico para enganar o consumidor. “Esse descontaminante é misturado na massa dos produtos para poder diminuir a contaminação bacteriana e mascarar os odores e as características de carne podre, disse o auditor, explicando que fraudando os alimentos eles conseguiam baratear os custos, gerando uma competição desleal no mercado.
O frigorífico Larissa, que fica em Mauá, São Paulo, também foi alvo da PF. A polícia captou uma conversa em que um dos donos diz que os funcionários poderiam falsificar a data de validade de um alimento vencido. Já em outro grampo, um fiscal de Curitiba fala com outro agente sobre um carregamento contaminado com a bactéria salmonela, que pode provocar infecções e levar uma pessoa à morte.
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