O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a “velocidade” de tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. O julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-mandatário na Primeira Turma foi marcado para o dia 25 de março, pelo ministro Cristiano Zanin.

Bolsonaro comentou, através das redes sociais, que “as ridículas acusações de ‘insurreição’” contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “levaram 5 anos para serem convertidas em denúncia formal”.

Foto: Facebook/Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro, Partido Liberal

“Tudo correu na primeira instância, com uma breve consulta à Suprema Corte sobre matéria constitucional”, escreveu Bolsonaro. A defesa do ex-presidente continua tentando transferir o julgamento para o plenário do STF.

Outros denunciados pela PGR tentam levar o caso para a primeira instância, sob a justificativa de que os investigados não têm foro especial por prerrogativa de função. “Mas, nesse Brasil de índices que impressionam negativamente, um inquérito repleto de problemas e irregularidades contra mim e outras 33 pessoas está indo a julgamento em apenas 1 ano e 1 mês (de 8 de fevereiro de 2024 a 25 de março de 2025). É impressionante!”, disse o ex-presidente.

Ele ainda voltou a apontar que a investigação está sendo usada “como arma política” contra ele. “Parece que o devido processo legal, por aqui, funciona na velocidade da luz. Mas só quando o alvo está em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto para Presidente da República nas eleições de 2026”, criticou Bolsonaro.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu que os citados no “núcleo crucial” da suposta trama golpista devem se tornar réus. Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas. Incluindo Bolsonaro, também serão julgados: o deputado federal e ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.