Nesta quinta-feira (13), cerca de mil mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram uma área da empresa Suzano Papel e Celulose no município de Aracruz, no Espírito Santo. O movimento afirma que permanecerá no local até obter resposta positiva sobre as 22 áreas atualmente reivindicadas pelos militantes.
A imprensa local informou que as invasoras utilizaram motosserras para derrubar árvores na região, havendo também registros de fogo. De acordo com o MST, a invasão faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que acontece de 11 a 14 de março, logo depois do dia da mulher, celebrado no dia 8.
Uma equipe da Suzano foi ao local para tentar dialogar com as líderes do grupo, contudo os militantes se recusaram a conversar. A Polícia Militar também foi ao local, contudo, os agentes informaram que a competência da reintegração de posse das terras é da Secretaria de Segurança .
Disputa antiga
A disputa entre o MST e a produtora de celulose é antiga. Entre fevereiro e abril de 2023, o movimento ocupou três áreas da Suzano no extremo sul da Bahia e outra no Espírito Santo. Na Bahia, a ação durou cerca de oito dias, envolvendo 1,5 mil trabalhadores rurais. Já em Espírito Santo durou 12 dias, com 200 membros. Todas foram desfeitas depois de decisões judiciais de reintegração de posse.O grupo alega que firmou um acordo com a Suzano há 14 anos para garantir o assentamento de famílias em parte do território da empresa, mas que, até o momento, não foi cumprido.
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) afirmou que a ação viola o direito à propriedade privada e causa prejuízos econômicos e sociais. Paulo Baraona, presidente do órgão, informou por meio de nota que a Suzano segue as leis brasileiras, promove o desenvolvimento sustentável e gera milhares de empregos diretos e indiretos na região, beneficiando diversas comunidades.