O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes , elogiou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de estado. A declaração do magistrado foi proferida nessa terça-feira (25).
Segundo o ministro, a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, “está lastreada em fatos”. Com isso, Gilmar Mendes declarou que a denúncia da PGR é “extremamente bem elaborada”.
Na ocasião, ele ainda elogiou a atuação da Polícia Federal na conclusão do inquérito contra o ex-presidente. “É um relatório da Polícia Federal muito sólido, com uma farta documentação, se você olhar os filmetes, as reuniões, as pessoas tramando. Impressiona. O que tornou a denúncia também bastante concatenada. Um plano para matar o presidente, o vice-presidente, matar um ministro do Supremo, prender outros, fazer uma intervenção”, declarou o magistrado.
Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas pela PGR ao STF por suposta participação em um plano par impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após vitória nas eleições em 2022. Na denúncia, o procurador-geral Paulo Gonet alegou que o ex-presidente liderou a suposta tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro nega as acusações, e afirmou que são uma “narrativa construída”, pois não há elementos que indiquem sua elação com os fatos.
Ao contrário do que considerou o ministro Gilmar Mendes e a PGR, a defesa de Bolsonaro, representada pelo advogado Celso Vilardi, vai pedir a anulação da delação premiada de Mauro Cid, visto que ele deveria ter sido ouvido pela PF ou Ministério Público Federal (MPF), e não pelo relator do processo no STF, ministro Alexandre de Moraes.
A Suprema Corte ainda irá avaliar se recebe a denúncia, o que pode desencadear a abertura de uma ação penal contra o ex-presidente e alguns aliados.