Vários ex-assessores e pessoas próximas a políticos do Partido dos Trabalhadores (PT) foram nomeados para coordenar um programa da usina de Itaipu, que envolve desembolsos milionários. Entre eles, estão Bruno Goretti Tresse, que trabalhou com o deputado Arilson Chiorato, presidente do PT no Paraná, e Arieto Conceição Alves, ex-deputado estadual e federal. O programa em questão, denominado "Governança Participativa para a Sustentabilidade – Itaipu Mais que Energia", tem um orçamento de R$ 76,5 milhões até 2027, destinado a replicar práticas de sustentabilidade em outras regiões do Paraná e sul de Mato Grosso do Sul.
O programa, lançado em 2023, tem sido visto com desconfiança por alguns observadores, que questionam a utilização dos recursos da usina para fins políticos, já que diversos coordenadores possuem vínculos com o PT.
A gestão de Itaipu, liderada por Enio Verri, ex-deputado federal pelo PT, nega qualquer envolvimento político na escolha dos coordenadores. Alega que a seleção dos profissionais foi feita por meio de uma instituição especializada, o Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (Itai), uma organização sem fins lucrativos que, na prática, recebe apoio financeiro da própria Itaipu.
No entanto, a gestão da usina e os envolvidos no programa enfatizam que os coordenadores têm qualificação técnica para a função, e que os gastos são destinados ao desenvolvimento de práticas de sustentabilidade e governança. Entre os projetos do programa, destaca-se o custo elevado com despesas operacionais, incluindo locomoção, alimentação e hospedagem dos envolvidos, que totalizam R$ 20 mil mensais por coordenador.
Apesar das críticas, Itaipu e os responsáveis pelo programa reforçam que os objetivos do "Mais que Energia" são voltados à implementação de ações sociais e ambientais, com a meta de beneficiar comunidades em uma vasta área de influência.