Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressam preocupação com a dificuldade do governo em manter o enfrentamento político no Senado. Em um cenário no qual a oposição, especialmente a direita, ganha força e se organiza para as eleições de 2026, governistas observam a falta de quadros no Senado dispostos a defender publicamente o governo e a atuar ativamente nas discussões políticas.

A crescente importância do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro , também é vista com cautela. O PL apoiou a candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) à presidência do Senado, o que lhe garantiu espaço na mesa diretora e nas comissões. Nos dois últimos anos, no entanto, o PL ficou marginalizado dessas posições após a derrota de Rogério Marinho (PL-RN) para Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na disputa pelo comando da Casa. A atenção dos governistas também se volta para as eleições de 2026, quando dois terços das cadeiras do Senado serão renovadas, e a direita se movimenta para lançar nomes fortes para o pleito.

No contexto de uma possível reforma ministerial, aliados de Lula sugerem o retorno de senadores que atualmente ocupam ministérios para reforçar a presença do governo no Senado. Entre esses senadores estão Carlos Fávaro (Agricultura), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Renan Filho (Transportes) e Camilo Santana (Educação). A ideia é que esses ministros, com maior experiência no Congresso, possam fortalecer o embate político com a oposição, especialmente em momentos de maior tensão.

Apesar dessa sugestão, nem todos os ministros são vistos como prováveis candidatos ao retorno ao Senado. Renan e Camilo, por exemplo, são bem avaliados em suas pastas, o que dificulta sua saída. Já Wellington Dias, apesar de estar alinhado com o governo, poderia ser substituído dependendo da extensão da reforma ministerial. Fávaro, por sua vez, enfrenta pressão do PSD para manter seu cargo, após especulações de que Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, poderia assumir sua cadeira.

A baixa combatividade da base governista também gerou discussões sobre possíveis substituições no Senado. Alguns aliados sugeriram que a senadora Teresa Leitão (PT-PE) fosse indicada para o Ministério das Mulheres, o que abriria espaço para o ex-deputado Sílvio Costa, primeiro suplente de Leitão, assumir sua vaga. Costa, conhecido por sua atuação crítica ao impeachment de Dilma Rousseff, seria considerado um nome forte no Senado, o que poderia fortalecer a base governista em um momento de desafios políticos.