O presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, usou os nomes do ministro do STF, Alexandre de Moraes, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e do ex-presidente Michel Temer, durante a briga para assumir o controle do partido. A informação consta em trechos de um áudio gravado por um integrante da sigla, anexados a um pedido de afastamento cautelar de Avalanche.

Em busca por votos para se tornar presidente nacional do partido, Avalanche disse aos dirigentes que tinha uma relação próxima com Pacheco, Moraes e Temer, afirmando que os três estavam em um movimento para colocá-lo à frente da sigla. Além disso, ele alegou ter um acesso antecipado a decisões judiciais de Moraes no TSE.

“Você já deve ter ouvido falar de mim porque até a decisão da 8ª [Vara, que derrubou a eleição interna no PRTB] eu pilotei, a decisão do ministro [Alexandre de Moraes]. Eu falei: ‘Adriano, eu vou fazer intervenção’. Ele respondeu: ‘Você é louco, não vai não, nós vamos ganhar’. Até então ele não era comigo, né? Eu falei, ‘sim, vai sair uma decisão quarta-feira que vem, grava bem’. Aí eu mostrei para ele [a decisão do TSE] uma semana antes. Sou um cara bem relacionado”, disse Avalanche, reproduzindo uma conversa que teve com um colega.

“Eu já tenho acordo com o ex-presidente, que me ajudou a construir isso desde março, o [Michel] Temer, com o Alexandre [de Moraes]… Ninguém imaginava uma intervenção, então construímos isso. Vou te mostrar as peças aqui, eu trocando ‘zapzap’ desde março. O Temer me chamou. Ele perguntou: ‘Leo [Avalanche], como você vai assumir a intervenção, fazer a eleição para você mesmo assumir [a presidência]?’. Foi aí que o Luciano [Fuck] entrou [como interventor]”, declarou em outro trecho.

Em outro momento da gravação, Avalanche afirmou ter uma relação próxima com Rodrigo Pacheco. “Amanhã você vai comigo pegar um voo, vamos lá no Rodrigo Pacheco, você vai ver no ‘zap’ dele… Ele mostra para você [a conversa] junto com o interventor e quem indicou. Nós traçamos o método”, disse. Até o momento, assessores de Michel Temer e Pacheco se referiram às declarações de Avalanche como “bravatas”. Já Alexandre de Moraes não se pronunciou sobre o assunto.