O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a comentar o tema do aborto no país. Durante uma entrevista à Rádio CNB , na manhã desta terça-feira (18), Lula teceu criticas sobre a obrigação de mulheres vítimas de estupro darem à luz aos bebês.

“Esse negócio de ficar discutindo aborto legal, quem está abortando, na verdade, são meninas de 12, 13, 14 anos”, afirmou o presidente. “É crime hediondo um cidadão estuprar uma menina de 10, 12 anos, e depois querer que ela tenha um filho […] Um filho de um monstro. Por que uma menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dessa menina?”, afirmou Lula.

O petista também criticou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que foi o responsável pela autoria do projeto de lei que equipara a pena para o aborto realizado após 22 semanas ao crime de homicídio.

Ainda na entrevista, o presidente questionou se o parlamentar seria contra o aborto se tivesse uma filha vítima de estupro. Ele ainda afirmou que a discussão sobre a legalização do procedimento precisa de maturidade.

Lula ainda disse ser contra o aborto, porém afirmou que se deve tratar o tema como “questão de saúde pública”.

“Eu, Lula, sou contra o aborto. Para ficar bem claro. Agora, enquanto chefe de Estado, o aborto tem que ser tratado como uma questão de saúde pública, porque você não pode continuar permitindo que a madame vá fazer um aborto em Paris, e a coitada morra em casa tentando furar o útero com uma agulha de tricô”, disse o presidente.

O tema que criminaliza a interrupção da gravidez voltou a ser destaque após a aprovação urgente do projeto de lei 1.904/24 na Câmara dos Deputados, que tem como proposta aumentar a pena para a mulher que cometer o aborto após 22 semanas de gestação.