Cruzeiro do Sul, cidade gaúcha de 12 mil habitantes e localizada a 125 km de Porto Alegre, teve metade de sua área levada pela correnteza das enchentes, segundo o prefeito do município vizinho de Pomerode, em Santa Catarina, Ércio Kriek.

“Será preciso reconstruir cerca de mil casas. O pessoal está desolado”, disse o prefeito em visita a cidade. A visita, realizada na última segunda-feira (13), fez parte de uma comitiva de Pomerode com o objetivo de ajudar Cruzeiro do Sul em sua reconstrução.

Quem confirmou a informação foi o secretário de Obras de Cruzeiro do Sul, Paulo Nascimento. “Estamos recolhendo os cacos para nos reerguermos mais uma vez”, disse.

Foto: Reprodução
Imagem feita por um drone mostra um bairro inteiro varrido pela água em Cruzeiro do Sul

Dos 12 mil habitantes, 5.200 estão desabrigados ou desalojados, de acordo com informações da Prefeitura de Cruzeiro do Sul. A tragédia ainda resultou em nove mortes e nove pessoas continuam desaparecidas no município.

De acordo com o MetSul, agência meteorológica do Rio Grande do Sul, o Rio Taquari atingiu 33 metros, ultrapassando em 4 metros o record histórico. A enchente devastou tudo em uma faixa de até 150 metros do rio. A enxurrada afetou casas, árvores, postes, veículos, animais e pessoas. “De muitas casas, não sobrou um único tijolo” disse Nascimento. “Até o piso e o alicerce foram tirados pela força da água.”

Cenas de desastre

Imagens áreas da MetSul revelam um cenário de destruição em Cruzeiro do Sul que são comparáveis aos efeitos de um furacão de categoria 5, a mais alta desse tipo de escala. Os ventos chegaram a 400 km/h.

A destruição afetou escolas, inclusive algumas que haviam retomado suas atividas. Quatro colégios foram destruídos e outros dois sofreram danos parciais. A tragédia prejudicou cerca de 800 alunos que agora realizam suas atividades em abrigos e outros espaços.

Medidas para reconstrução

O prefeito do município, João Dullius (MDB), anunciou planos para adquirir ou desapropria uma área para que os moradores que perderam suas casas possam iniciar logo a reconstrução. “Nossa preocupação é agir rápido para que aquelas pessoas tenham algum consolo e alguma esperança”, disse.

*Com colaboração do repórter Rafael Rocha