O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu no último dia 24 de setembro que o ex-vereador de Diadema, Manoel Eduardo Marinho, conhecido como Maninho do PT, e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, serão levados a júri popular. Ambos são acusados de tentativa de homicídio contra o empresário Carlos Alberto Bettoni, ocorrido em frente ao Instituto Lula, em 2018. A decisão foi unânime pela 3ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP.
O episódio aconteceu em 5 de abril de 2018, durante uma manifestação em frente ao Instituto Lula, quando o então juiz federal Sergio Moro ordenou a prisão do ex-presidente Lula, no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a denúncia do Ministério Público, Maninho do PT e seu filho teriam agredido Bettoni com chutes e empurrões, culminando em um empurrão que fez a vítima bater a cabeça em um caminhão que passava, resultando em traumatismo craniano e hemorragia.
Os réus são acusados de tentativa de homicídio por motivo torpe e com emprego de meio cruel. O relator do caso, desembargador Ruy Alberto Cavalheiro, afirmou que há indícios suficientes de dolo eventual, quando os agentes assumem o risco do resultado. Ele destacou que os réus não apresentaram provas que afastassem a culpabilidade e que a motivação do delito foi política, caracterizada pela intolerância a opiniões diversas.
A defesa dos acusados não se manifestou sobre a decisão. O caso corre em segredo de justiça, e ainda não há data marcada para o julgamento. A acusação alega que Bettoni sofreu diversos problemas de saúde após as agressões, incluindo crises convulsivas e cognitivas, e que ele faleceu em 2021 devido a complicações da Covid-19.
Os advogados da vítima, Daniel Bialski e Vitória Munhoz Dias, afirmaram que os acusados demonstraram frieza e descaso pela vida alheia. Eles consideram que a decisão do TJ-SP restabelece a confiança de que os réus serão responsabilizados pelo crime.