Fechar
Blog Opinião
GP1
 *Por Miguel Dias Pinheiro

Imagem: Divulgação/GP1Advogado Miguel Dias(Imagem:Divulgação/GP1)Advogado Miguel Dias

Sílvio Mendes de Oliveira Filho, nascido em Campo Maior, Piauí, no dia 31 de agosto de 1949, é um médico e político filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Aclamado em convenção, foi eleito duas vezes prefeito de Teresina. Incontestavelmente, um cidadão honrado que fez, faz e continuará fazendo história político-administrativa no Estado, muito embora não seja para ele um “hobby” de vida a profissão de político.

O intróito tem o condão de mostrar, “a priori”, que Sílvio gosta mais de ser um cidadão e um profissional da medicina do que um político propriamente dito. Mas, para quem foi prefeito de Teresina por duas vezes e em 2010 se arriscou a ser governador, precisa, sim, falar mais de política e de poder. Não é desonra para ninguém!

Política está em todo lugar, inclusive nos nossos lares. Falar de política é relembrar o que disse Olavo Bilac, que por amar o Brasil produziu em 1916, no Rio de Janeiro, um discurso celebrizado em homenagem ao Barão do Rio Branco, uma clássica evocação ao amor à pátria: "Eu não amo a minha pátria apenas por haver nascido dentro dos seus limites territoriais; não a amo somente porque a vejo bela e opulenta, estendida à beira do mais lindo dos mares, namorada, do alto do firmamento, pelos astros mais formosos do mais formoso hemisfério celeste: e não a amaria somente pela sua força e pelos seus triunfos, se ela fosse a mais forte das pátrias, e se seus triunfos fossem conquistados pela iniqüidade brutal, exercida sobre a fraqueza das outras”.

Nosso Piauí precisa de homens com tal pensamento, com esse amor incondicional. Está a clamar! Está a esperar! E para ontem! O amor aprendido e alicerçado nas virtudes, para caminhar com a verdade, mostrando que podemos vencer e prosperar. Nunca se viu por aqui alguém proferir um discurso em que perguntas como tais fossem direcionadas à sociedade: “O que é, então, verdadeiramente o poder na política? Em que consiste? Qual a sua função na vida social? O que o distingue de outros termos assemelhados, como influência? Por que as sociedades organizam-se com base no poder, e não em outros princípios?”

Quem admira a política como uma arte da vida, percebe claramente que vivemos por estas paragens como pessoas “carentes” de um discurso mais profundo, de numa palavra maior e mais segura, um discurso projetado e voltado para o futuro de gerações.

Segundo Bertrand Russell, na sua elegante definição, “o poder é a produção de efeitos desejados. O poder é simplificador, é um “atalho”. Como ele se exterioriza por comandos, garantidos por sanções, a probabilidade de que tais comandos venham a ser observados e cumpridos é muito alta”.

Na doutrina clássica da política, “o competente exercício do poder, então, não é apenas um atributo ou qualificativo de uma liderança. Muito mais que isto, é um imperativo da sobrevivência da sociedade, do seu ordeiro regramento da vida civilizada”.

Com seu invejável cabedal político e profissional, Sílvio Mendes está mais do que ninguém credenciado a falar de política e de poder. Com grandeza, como é do feitio daqueles que podem e devem “pensar grande”, altivo, elevado e determinado.

Como ensina Platão, em “Ciência Política”, a atividade do político assemelha-se à da tecelagem. “O político deve desenvolver habilidades tais como saber cardar e fiar, porque um dos seus afazeres maiores é conseguir misturar o tecido maior e melhor com o menor e o pior. Isto é, encontrar o equilíbrio entre os fortes e poderosos e os mais fracos e indefesos”. Portanto, Sílvio precisa falar de política e poder.

Em meio a um discurso, o britânico Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido, notável orador, foi aparteado pela deputada da oposição, Lady Astor, a primeira mulher a chegar à Câmara dos Comuns. Ele odiava ser interrompido quando discursava. Concedida a palavra, a deputada disse: “Sr. Ministro! Se V. Exa. fosse meu marido punha-lhe veneno no chá.” Churchill, após um demorado silêncio respondeu: “E se eu fosse seu marido tomava”.

O ex-prefeito de Teresina tem apenas que se precaver contra o “veneno” da política do Piauí. Que mata a germinação da “arte do bem”. Por isso, deve falar de política e de poder com seus princípios, marcar com a diferença e atender a uma carência de um Piauí que insiste em não passar de uma fronteira secular: o atraso.

*Por Miguel Dias Pinheiro, advogado e procurador

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.