Vejo diariamente uma discussão sobre cargos majoritários, onde os políticos dizem: 'esse cargo deve ser meu, a força do partido é maior'. São reuniões e mais reuniões, entrevistas e mais entrevistas com esse discurso.
A população vai absorvendo, refletindo e questionando: esse cargo não é nós que colocamos? Cadê o propósito? Ou o cargo é deles? O que quero mostrar é que acabaram as ideias e as defesas da população; o que sobressai são os interesses políticos. Digo hoje, com cem por cento de certeza, que nenhum político que não esteja conectado com a população por um viés emocional será eleito.
Uma candidatura e campanha precisam ser construídas em cima de uma narrativa, um mote, um mantra que crie sintonia com a população. Quando isso acontece, surge o que chamamos de onda. Por isso sempre digo: um candidato tem que dar esperanças.
Candidato que só critica e não apresenta propostas não cresce. Mas, também, após eleito, tem que cumprir o que prometeu, ou entra em descrédito. Tanto é que um dos pontos fortes das campanhas é mostrar o que foi prometido e o que não foi cumprido. Isso faz com que a voz do candidato perca credibilidade, como alguém que luta pelo combate à fome e entrega quentinhas sem comida.
Vamos retratar isso em um filme: o discurso de combate à fome, depois a cena de um morador de rua recebendo uma quentinha e, ao abrir, encontra a decepção de não ter nada dentro. Outro ponto que a população abomina é atacar a família por questões pessoais, exceto quando há algum escândalo público envolvido. Mas vou voltar ao propósito: quantos políticos foram eleitos com a pauta da saúde, educação, proteção animal, segurança, etc.? Esses conquistaram a população porque tinham ideias e venderam a fé e a garra de trazer melhorias.
E é por isso que digo: tem que ter propostas, têm que entender do que se está falando, mostrar segurança e transmitir essa segurança a quem está escutando. Esse é o objetivo da política: contagiar a população e, quando eleito, entregar o prometido.
José Trabulo Júnior - Publicitário, criador da X Conexões Estratégicas.
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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1