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Colunista Feitosa Costa
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Os fatores que derrotaram Wellington Dias dentro do PT


Foi humilhante a derrota imposta ao senador Wellington Dias na eleição interna do Partido dos Trabalhadores de Teresina que derrotou a sua tese de candidatura própria a prefeito de Teresina?

É evidente que foi.

Resta agora àqueles que se dedicam à observação desapaixonada dos acontecimentos políticos do Piauí analisar por que uma liderança como Wellington Dias, que foi vereador, deputado estadual, deputado federal e governador por sete anos dentro de um partido que desde seu surgimento como líder sindical aprendeu a seguí-lo, passou por essa humilhação.

Primeiro quero dizer que não tenho a menor pretensão de fazer "um comentário brilhante" ou reinventar a pólvora. Vou colocar aqui, por dezenas de solicitações de leitores encaminhadas a este portal, a minha opinião pessoal sobre o que levou Wellington, um político que eu vi nascer e com quem convivi prazerosamente por alguns momentos notadamente no inicio da sua carreira, a passar por essa situação.

Em primeiro lugar não acredito que os eleitores que materializaram essa esmagadora maioria da tese de aliança com o prefeito Elmano Férrer tenha sido movidos apenas por fisiologismo. Uma série de fatores, inclusive este, levaram Wellington à derrota.
Imagem: DivulgaçãoWellington Dias(Imagem:Divulgação)Wellington Dias
É preciso utilizar a memória para procurar entender esse resultado devastador. Não faz muito tempo o PT clamava, chorava, se escabelava pedindo a Wellington para permanecer no cargo de governador, sacrificar um projeto pessoal de chegar ao Senado naquele momento e assegurar a vitória de um nome petista, que teria uma eleição muito provável.

A nação petista exultou quando ele deixou claro que ficaria no Governo até o fim, evitando a posse de Wilson Martins e a sua conseqüente candidatura. Faltava agora escolher o nome petista: Antônio Neto, Antônio José, Flora Isabel? Qualquer um destes, devido o momento nacional, seria viável.

A decepção, porem, não tardou a chegar: Wellington voltou atrás, anunciou a sua saída do governo e frustrou as expectativas de milhares de militantes. Na visão dos petistas mais apaixonados pela história do partido, havia optado pelo projeto pessoal, não fora capaz de se sacrificar por uma causa maior, decepcionara seus companheiros como líder.

A seguir veio outro fato que fez aumentar ainda mais o ressentimento: a evidente perda de espaços importantes do PT dentro do Governo Wilson Martins. Os petistas raciocinavam: "o governo era nosso, entregamos e agora não temos espaços. De quem é a culpa?"

Para completar, Wellington Dias passa a exibir uma postura historicamente condenada dentro do partido: a de cacique, o “manda-chuva” caminhando para parecer cada vez mais com os coronéis dos chamados partidos tradicionais. A primeira demonstração foi ter permitido a candidatura a deputada de sua mulher, copiando o modelo daqueles que sempre mereceram o desprezo e até o asco do PT por essa prática.

Senador da República, chega o momento da discussão sobre a eleição de prefeito de Teresina. Primeiro hesita, não fornece sinais de que toparia entrar na disputa para um reencontro efetivo de seu partido com o poder. Faz pior que isso: permite que dona Rejane tome gosto por uma candidatura até o ponto de não ter mais condições de pedir que ela se retire da discussão.

Neste momento o campo já estava minado. Militantes que podem até ser acusados de fisiologismo, mas que têm um histórico de Luta dentro da agremiação passaram a contestar duramente a sua liderança, a chamá-lo de oligarca, de pensar única e exclusivamente no seu grupo, enfim, acusações altamente constrangedoras para um líder que nascera da luta sindical, do carisma pessoal e, para não ser injusto com seu passado, que sempre reservou uma boa parte do seu fôlego para pensar no Piauí.

Wellington foi derrotado fragorosamente mesmo defendendo a tese certa. Só que seus "companheiros" acharam que a tese era certa, mas para seu beneficio pessoal.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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